Condomínios optam por individualização ou autogestão do gás de cozinha para economizar nas contas

Por João Xavier

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Estamos vendo dia após dia o aumento dos combustíveis e do gás de cozinha, e isso impacta diretamente os condomínios, pois grande parte deles utilizam aquecedores a gás para chuveiros, pias de cozinha e banheiro, e principalmente em fogão para cozinhar. Fato é que com o aumento desses valores, o assunto volta a ser palco de discussões da individualização do gás em condomínios. E isso é um gatilho pra discussões maiores que antes não eram tão perceptíveis.

Será que minha vizinha que cozinha, faz marmitas, bolos e pães para vender é a grande vilã e a grande consumidora de gás? E por isso minha conta sempre vem com valor tão elevado? Ou será que aquela família fica horas no banho, escova os dentes e se barbeia com a torneira aberta é o principal consumidor do gás? Fato é que sem fazer a medição individual por unidade, nunca iremos saber. Antes de tudo, a medição individual traz justiça social ao condômino, o grande consumidor paga mais, o morador que economiza paga menos, simples assim.

Antes de mais nada é necessário entender o que é individualização e sistema de autogestão. Popularmente, todos usam o termo “individualização”, mas cabe esclarecer que individualização somente quem faz é a concessionária fornecedora do gás, como exemplo em São Paulo, a Comgás. Neste formato, é necessário criar uma infraestrutura para tubulação e instalação dos medidores de gás, que geralmente ficam nas áreas comuns, térreo ou no topo das edificações. E assim cada morador, cada unidade recebe sua conta diretamente da concessionária. Uma das maiores vantagens deste formato é que o condomínio fica totalmente isento da relação consumidor e fornecedor, e ainda além, se o consumidor ficar inadimplente, deixar de pagar a conta, ele tem seu fornecimento interrompido sem que o condomínio precise agir. É uma relação totalmente apartada com o condomínio.

Já no sistema de autogestão, o condomínio continua recebendo uma única conta, a medição por parte da concessionária continua sendo no medidor de entrada do gás no condomínio, e as empresas privadas fazem a medição por unidade. Instala-se um medidor de gás, dentro da unidade e normalmente faz-se a medição por radiofrequência, sem a necessidade de entrar no apartamento para fazer a medição. Para isso, as empresas cobram uma taxa de serviço mensal que varia de 3,50 a 5,50 reais por unidade. Neste caso, a maior desvantagem é que se o morador que ficar inadimplente por deixar de pagar a conta, o administrador do condomínio não pode interromper o abastecimento, e os demais moradores ainda terão que pagar a conta dele, até que ele coloque essa conta em dia.

Cabe a cada sindico de condomínio fazer sua análise e apresentar as opções aos moradores com transparência e deixar a cargo deles decidirem qual caminho seguir. Lembrando que esta decisão deve ser levada para votação em assembleia e sua decisão deve ser aplicada.

João Xavier é síndico profissional, especialista em gestão condominial, especialista em implantação de novos condomínios

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