Consumo e iogurtes e lactobacilos reforça o efeito da imunoterapia em pacientes oncológicos, diz especialista
Manter a microbiota intestinal saudável auxilia no tratamento contra o câncer
Dentro do intestino humano, abriga-se um verdadeiro ecossistema composto por aproximadamente 300 trilhões de bactérias, a maioria delas benéficas para a saúde. Essas bactérias, conhecidas como microbiota intestinal, desempenham um papel fundamental no fortalecimento do sistema imunológico e, cada vez mais, têm se mostrado essenciais no tratamento do câncer. Segundo o professor de Oncologia do Centro Universitário São Camilo, Fábio Cruz, pesquisas recentes reforçam que melhorar a microbiota intestinal por meio do consumo de iogurtes e lactobacilos pode otimizar o efeito da imunoterapia em pacientes oncológicos. “O entendimento da interação entre a microbiota intestinal e a terapia contra o câncer é crucial para o desenvolvimento de abordagens terapêuticas mais eficazes”, afirma. Além de aumentar a produção de serotonina, proporcionando uma sensação de bem-estar, as bactérias intestinais também podem amplificar a resposta imunológica do corpo, tornando-o mais eficiente no combate às células cancerígenas. “Estudos apontam que mudanças na dieta, favorecendo o consumo de alimentos ricos em probióticos, como iogurtes e lactobacilos, podem melhorar a atuação das medicações, especialmente no tratamento do câncer”, explica o professor Fábio. E as novidades não param por aí. Existem pesquisas em andamento sobre o transplante de lactobacilos do intestino para pessoas com câncer em uso da imunoterapia. Essa técnica, conhecida como transplante fecal, tem o potencial de modular a microbiota intestinal de forma ainda mais eficaz, otimizando os resultados do tratamento. Os estudos obtidos apontam que a combinação de transplantes de microbiomas fecais e imunoterapia para o tratamento de pacientes com câncer obtiveram resultados positivos. O transplante é feito por meio da coleta de dejetos de um doador saudável, filtragem em laboratório e implantação desse material no intestino do paciente em tratamento, para favorecer a resposta à imunoterapia. “Esse tipo de tratamento para o câncer será aplicado em médio prazo, e enquanto ele ainda não é disponibilizado em grande escala, temos que nos conscientizar de que a forma como nos alimentamos tem uma relação direta com o tipo de doença que vamos desenvolver. Alguns alimentos, como os embutidos e o açúcar, podem favorecer o surgimento de câncer, enquanto outros, como os probióticos, podem ajudar a combatê-lo”, ensina o especialista. Portanto, cuidar da microbiota intestinal, por meio de uma alimentação saudável e do consumo de probióticos, pode ser uma aliada oculta e poderosa no combate ao câncer. |