De volta à rotina escolar: entenda a importância do apoio parental neste período de adaptação

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O início do ano escolar pode ser um alívio para os pais de crianças e adolescentes que esgotaram os recursos para driblar o tédio e gastar o acúmulo de energia dos filhos. Entretanto, a volta às aulas pode ser desafiadora com a retomada dos hábitos, horários para dormir, acordar e realizar tarefas.

É de se esperar que nas férias haja uma quebra de rotina tanto na vida das crianças quanto dos pais, afinal não é necessário acordar cedo, se preocupar com a lancheira, fazer lição de casa, estudar para prova, etc. Porém, quando chega a volta às aulas, é comum aparecerem dificuldades em retomar os hábitos acadêmicos e do dia a dia. Nesse momento, os responsáveis devem se lembrar que está entre suas funções impor limites e orientar.

Nabiah Ohanna, psicóloga infanto-juvenil na Clínica Mundo Neuropsi, explica que para que se torne um processo mais fácil, é necessário o auxílio na construção da rotina. “Para o filho aderir aos horários estipulados, é preciso que faça sentido a ele, por isso, conversem para que entrem em acordo sobre os melhores momentos para realizar as refeições, as atividades da escola, dormir e, claro, não esquecer dos momentos de lazer.”- explica a especialista. A psicóloga também afirma que deixar a agenda visível, como planners ou quadros, é um facilitador para a execução.

Outro fator imprescindível é o estímulo à autonomia do filho, estipulando pequenas tarefas pessoais, como organizar o material escolar no dia anterior, preparar o uniforme e montar a própria lancheira. Isso vale para outros momentos do dia, como arrumar a própria cama, guardar a mochila em um local apropriado após a aula, arrumar o quarto e separar a roupa suja que irá lavar.

Caso o filho troque de colégio ou de turma, questões maiores podem surgir. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a ansiedade presente na infância e adolescência é um dos transtornos mais recorrentes nos tempos atuais, atrás apenas do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Tal emoção não é por si só positiva ou negativa, ela faz parte do desenvolvimento humano: é a ansiedade, por exemplo, que faz com que o filho estude para as provas. No entanto, quando excessiva, leva ao indivíduo criar estratégias compensatórias para evitar contato com aquilo que lhe causa temor.

Estar em uma escola nova, com novos amigos, pode ser assustador para as crianças e os adolescentes. O desconhecido gera insegurança, medo e sentimento de desconfiança: “Será que vou me adaptar ao novo ensino?”, “será que vão gostar de mim?”, “e se eu não fizer amigos?” são questionamentos que atormentam a mente dos pequenos, podendo desenvolver um transtorno de ansiedade de separação.

Segundo o Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, a ansiedade de separação envolve uma aflição intensa e persistente por estar longe de casa ou de figuras de apego, em geral o pai, a mãe e amigos mais próximos. Os sintomas mais presentes são: chorar na hora de ficar na escola, implorar para que os pais não o deixem sozinhos e se recusar a ir à escola.

Por fim, Nabiah explica que em momentos de adaptação escolar, os pais devem ser um bom exemplo de maturidade cerebral para seu filho. “Converse com ele de forma que valide as emoções e reconheça os desafios que ele está enfrentando nesta etapa da vida. Trazer suas experiências demonstrará empatia e percepção de que todos passam por situações parecidas.” – completa.

Encontrar resoluções para as dificuldades que surgirem é importante, por exemplo, formas de iniciar novas amizades, dedicar um tempo de qualidade entre pais e filhos, realizar atividades de lazer, bem como formas de preservar as amizades do colégio anterior. A saúde emocional é tão importante quanto o conteúdo escolar.

 

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