Dentes de leite: como aliviar o desconforto do bebê

image_pdfimage_print

 

 

Quando surge o primeiro dente de leite do bebê, inicia-se um novo ciclo de desenvolvimento oral, registrando-se um momento muito comemorado pela família. Mas junto com toda essa alegria familiar, frequentemente é relatada a ocorrência de alguns sintomas, como desconforto gengival, irritabilidade, problemas com o sono, diminuição do apetite e a famosa “baba”.

A odontopediatra Dóris Rocha Ruiz, membro do Núcleo de Estudos de Saúde Oral da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), esclarece que nem todo bebê tem desconfortos nesse período do surgimento dos dentes de leite. “Fiquem atentos, pois a presença de outros desconfortos e sintomas pode não estar relacionada com a chegada dos dentes e necessita de avaliação médica”, alerta a especialista. Abaixo, ela traz orientações para alívio de sintomas da erupção dentária.

  1. O alívio natural é estimulado através do aleitamento materno e da introdução alimentar. Como o aprendizado da mastigação acontece gradualmente, esse período exige paciência e criatividade da família, sendo importante seguir os aconselhamentos profissionais.
  2. Quando o bebê estiver pronto para começar a experimentar alimentos macios e sólidos, a chegada dos dentes de leite será uma grande oportunidade para oferecer alimentos saudáveis, com diferentes sabores, texturas e cores, estimulando o bebê a morder e mastigar. Isso favorece a erupção e o desenvolvimento adequado das arcadas dentárias.
  3. A massagem na gengiva feita com o próprio dedo ou com dedeiras de silicone, de maneira delicada e muito carinho, sempre é bem-vinda para relaxar e acolher o bebê.
  4. A família pode também utilizar como complemento os mordedores específicos para essa fase. Esses mordedores ou brinquedos levados à boca devem ter formato e composição que não coloquem em risco a segurança da criança ou que possam ser fonte de exposição a desreguladores (interferentes) endócrinos, como o bisfenol (BPA); e nunca colocá-los em freezer.
  5. Não aplicar produtos contendo anestésico local, por riscos de metemoglobinemia.
  6. Não usar colar ou pulseira de âmbar no bebê, porque não há comprovação de eficácia e há risco de aspiração e asfixia.
  7. Agendar nessa fase uma consulta com o odontopediatra, para que sejam realizadas as medidas que favoreçam o alívio desses desconfortos e a promoção da saúde oral.

A odontopediatra orienta os pais a ficarem atentos em casa com as mudanças comportamentais e físicas do bebê. Ela afirma que, em geral, para aliviar a irritação local, a criança normalmente coloca espontaneamente tudo na boca e acaba se contaminando com vírus, bactérias e fungos. “Desta forma, outros quadros sistêmicos podem ser observados e exigirem consulta com médico pediatra, em especial quando for observada a presença de febre, diarreia ou nos casos de urgência, quando o bebê acidentalmente colocar algo indevido na boca”, conclui Dóris.

Botão Voltar ao topo