Depressão pós-parto tem consequências para a gestante e o bebê
O British Medical Journal (BMJ) publicou um estudo que sugeriu que uma única dose de um medicamento anestésico, que vem sendo utilizado para tratar depressão que não responde aos medicamentos tradicionais, reduz o risco do problema no puerpério. O estudo apontou também que mulheres são duas vezes mais propensas a ter depressão do que os homens. Das mulheres gestantes, 20% apresentam depressão no pós-parto (DPP), e quando as gestantes realizam cesariana os índices sobem para 30%.
As pesquisas recentes trazem evidências de que o anestésico cetamina está promovendo o tratamento da depressão pós-parto, de forma rápida e robusta, com uma única dose de aplicação. Segundo o médico anestesista Leonardo Boni, o anestésico pode também ser aplicado acima de uma dose, caso seja necessário. Mas, na maioria dos casos são necessárias mais de uma infusão para obtermos melhores resultados. “A cetamina age em áreas do cérebro que outros fármacos tradicionais não agem, permitindo, assim, uma resposta medicamentosa que os outros medicamentos não possuem”, explica. Ainda de acordo com Dr. Leonardo, “o anestésico potencializa a ação dos outros fármacos para depressão quando usados juntos e potencializa a ação da psicoterapia, principalmente a psicoterapia cognitiva comportamental”, conclui.
Toda vez que uma gestante apresentar alguns sintomas como por exemplo, transtorno de humor, início de insegurança, medo, tristeza, crises de choro, irritabilidade intensa, perda da autoestima, perda de vontade de tomar banho, perda de fazer o que gosta, início de insônia, início de desânimo intenso, medidas devem ser tomadas, com urgência, para prevenir a depressão no pós-parto e todas as consequências que ela causa.
Até 2030, com 29% de nascimentos previstos para serem cesáreas, em que o índice de depressão pós-parto aumenta, um tratamento que solucione os sofrimentos das gestantes com depressão pós-parto é extremamente necessário. “O tratamento com a cetamina vai ajudar as mulheres que sofrem com a depressão pós-parto, e os familiares”, pontua Dr. Leonardo Boni.