Diocese de Assis
Para quem faz a vida depender dos sonhos desse mundo, das esperanças desse mundo, das garantias desse mundo, da felicidade desse mundo, das riquezas desse mundo… de tudo desse mundo, um aviso: Cuidado! O mundo engana com suas promessas e seduções porque não abre, fecha; não dá, tira; não ensina, emburrece; não acrescenta, diminui; não liberta, aliena; não sacia, esgota.
Com isso não estou querendo dizer que nada presta no mundo ou que devêssemos criar um mundo à parte, dos bons e dos puros ou, quem sabe, viver numa bolha! Não! Não se trata disso. Nem tão pouco estou sustentando um discurso moralista, do certo e do errado ou maniqueísta, do bem e do mal. Não! Eu estou falando daquilo que sustenta e impulsiona a nossa vida. E isso é muito grave!
Afinal de contas, que convicções sustentam a sua vida? Que esperanças dirigem os seus passos? Que valores alimentam os seus sonhos? Que promessas estão lhe mantendo no caminho? Que alegria tem habitado seu coração?
No fundo, essas questões todas nos remetem à pergunta sobre o sentido da vida! Ora, você vive para que?
O fato é que não nos perguntamos sobre o sentido da vida! Por isso, qualquer coisa serve; qualquer lugar está bom; qualquer caminho está valendo; qualquer alegria basta… Somos cara sem rosto; cabeça sem miolo e corpo sem expressão. Carregamos sonhos que não são nossos; agitamos bandeiras que não são das nossas lutas; tomamos rumos que não são para os nossos passos.
Parece que somos as pessoas mais livres e realizadas porque fazemos o que queremos, quando queremos, como queremos, o quanto queremos e com quem queremos. Gabamo-nos de conquistas que não poderemos deixar para os nossos filhos, porque não são conquistas e não são nossas. Nós somos usados e só valemos quando usuais; se mantemos a estrutura do mundo em nossas costas.
Você já parou para pensar, seriamente, sobre o que, realmente, terá importância para você e que vai fazer parte de imediata seleção e prioridade? Você tem coragem de fazer rupturas, renúncias e escolhas ousadas? Você é feliz ou está conformado? Sabe o que quer ou está na onda? É livre ou apenas um cúmplice? Dá passos ou é, apenas, empurrado? Tem compromissos ou só algumas obrigações? Faz por convicção ou é marionete dos outros?
O que você quer da vida? A vida tem muito para quem quer viver: é desafio, ousadia, extravagância, inquietação e risco. A vida é densa de aberturas e não cabe nos fechamentos do mundo. Por isso, o sentido definitivo da vida, no mundo, é o céu se abrindo! Volte-se para a cena do Batismo de Jesus em Lc 3,15-16.21-22 “O povo estava esperando o Messias. E todos perguntavam a si mesmos se João não seria o Messias. Por isso, João declarou a todos: ‘Eu batizo vocês com água. Mas vai chegar alguém mais forte do que eu. E eu não sou digno nem sequer de desamarrar a correia das sandálias dele. Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo.’ Todo o povo foi batizado. Jesus, depois de batizado, estava rezando. Então o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como pomba. E do céu veio uma voz: ‘Tu és o meu Filho amado! Em ti encontro o meu agrado’.”
Ora, você é cristão, batizado, tem religião, tem fé, gosta das coisas da fé… por acaso você consegue ver a vida como quem tem diante de si o céu aberto, para o Espírito Santo? E, ainda mais, está disposto a viver como quem recebe da voz de Deus a declaração: “este é o meu Filho amado!”?
A ‘nova esperança’ do céu aberto e da voz de Deus já lhe pertence desde o batismo. Resgate-a para que sua vida tenha um verdadeiro sentido, apesar do mundo. “Não amem o mundo e nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo – os apetites baixos, os olhos insaciáveis, a arrogância do dinheiro – são coisas que não vêm do Pai, mas do mundo. E o mundo passa com seus desejos insaciáveis. Mas quem faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1Jo 2,15-17).
Pense nisso! Faça novas escolhas! Seja feliz!
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS