1

Diocese de Assis

Todo mundo gosta do novo; quer o novo e o procura insistentemente!

O novo tem, em si, a capacidade de renovar a esperança, a força, o entusiasmo, a vontade, o desejo, o querer, a visão, a energia, o pensamento, a mentalidade. Em todos os tempos e, quem sabe, muito mais no nosso, o novo, de tão perseguido fica banalizado. Assim, o novo que é fonte inesgotável de renovação, acaba sendo esvaziado pela busca obcecada da novidade. Que o diga a moda; que o dia o consumismo; que o diga o materialismo.

A fonte do novo nunca secou. Antes, continua transbordante e eficaz, mexendo com os corações e com a alma de quem não se contenta com qualquer coisa.

O novo precisa de tempo para gerar frutos; para renovar! A novidade não: chega seca e sai ressecando; esvazia e empobrece. É por isso que, muita gente vive como se não estivesse vivendo; trabalha como se não estivesse trabalho; veste como se não tivesse vestida; tem família como se não tivesse; tem fé como se não tivesse… nunca está satisfeita. Aliás, sua insatisfação é crônica.

O que vamos fazer, engrossar a fileira dos insatisfeitos, correndo atrás de novidade, sempre? Eu entendo que, para nossa saúde mental, espiritual, psicológica e humana precisamos nos relançar na busca do novo, com diz Jesus, na Sagrada Escritura: “Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros” (Jo 13,34) e, ainda, “Caríssimos, não lhes comunico um mandamento novo, mas o mandamento antigo, esse mesmo que vocês receberam desde o princípio. O mandamento antigo é a palavra que vocês ouviram” (1Jo 2,7).

A grande revolução do Evangelho para a fé é o mandamento do amor.

Mas, o que é novo no amor se já é uma pregação e um valor tão antigo?

O novo do amor é a sua expressão de cruz: sacrifício, entrega, doação, oferta, renúncia, obediência, fidelidade… O amor vivido ao modo da cruz é o fundamento-fonte do crescimento e do amadurecimento cristão autêntico.

O novo do mandamento do amor é a sua consequência: o extremo da morte. Esta é a sua grande exigência: dar-se.

Como eu amei vocês. “O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça” (Jo 15,12-14.16-17).

Como viver este amor? “Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo: Ele tinha a condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz! (Fl 2,5-11).

Vocês devem amar uns aos outros.  “Que o amor de vocês seja sem hipocrisia: detestem o mal e apeguem-se ao bem; no amor fraterno, sejam carinhosos uns com os outros, rivalizando na mútua estima. Quanto ao zelo, não sejam preguiçosos; sejam fervorosos de espírito, servindo ao Senhor. Sejam alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. Sejam solidários com os cristãos em suas necessidades e se aperfeiçoem na prática da hospitalidade” (Rm 12,9-21).

O amor tudo revela “Nessa hora, Jesus se alegrou no Espírito Santo, e disse: ‘Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. Meu Pai entregou tudo a mim’” (Lc 10,21-24).

O novo do amor nunca caduca e nunca envelhece porque exige sempre. Vale a pena desafiar-se pelo novo do mandamento do amor.

 

  1. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS