Diocese de Assis
Que coisas, na vida, você considera difícil? Você se empenha para vencer obstáculos? O que mais desafia você na fé? Você tem noção do que você é capaz e/ou incapaz?
Muitas são as nossas lutas; enormes são os obstáculos; inúmeras são as tribulações; incontáveis são as nossas quedas; terríveis os nossos medos; destruidores são os nossos pecados… Apesar de tudo isso e, de muito mais, entendo que a vida vale a pena! Tudo é desafio! Entretanto, penso que, de todas as lutas, obstáculos, tribulações, quedas e medos, o desafio maior é o do pecado. O desafio não é não pecar. Isso ninguém consegue! O desafio é, na verdade, não viver no pecado, do pecado e para o pecado. Isso exige muito mais do que boa vontade, bons propósitos e boas intenções. Para encarar tal desafio é preciso escolha e decisão fundamental, ao mesmo tempo em que aceita enfrentar a si mesmo e ao pecado.
Enfrentar a si mesmo porque, geralmente, nos defendemos criando esquemas de fuga, de justificativa e de auto-condescendência. Não somos sinceros conosco mesmos. Não assumimos nossas misérias e fraquezas. E, portanto, nos entregamos à hipocrisia.
Enfrentar o pecado porque o pecado é um abismo de morte e nós não nascemos para a morte no pecado. Nós nascemos para a vida em Deus. Ora, se nós fomos gerados em Cristo, para Deus, não há porque mantermos nossa vida no pecado.
Somos pecadores e, por pouco… por muito pouco caímos no pecado. “Não existe na terra homem tão justo que faça o bem sem nunca pecar” (Ecle 7,20). O pecado não é a nossa sina, é o nosso fraco, o nosso ‘tendão de Aquiles’. Entramos na morte com o pecado; perdemos a graça. Como, então, poderemos vencer o pecado se ele é uma constante em nossas vidas? Como sairmos do pecado se, a toda hora, caímos ou estamos prestes a cair?
De fato, caímos ou estamos prestes a cair. Mas, a questão fundamental não é essa. Como dissemos o nosso problema-desafio é o arrependimento, ou seja, querer sair do pecado; odiar o pecado; mudar de vida… Em outras palavras: nosso maior desafio é a conversão. E, conversão é a opção fundamental, consciente e livre de, apesar da queda, não permanecer na queda, mas querer levantar-se; apesar da fraqueza, não viver na fraqueza, mas querer superar-se; enfim, apesar do pecado, não viver no pecado, nem do pecado e nem para o pecado mas, para Deus. Porque, como diz Paulo: “nenhum de vocês vive para si mesmo, e ninguém morre para si mesmo. Se vivemos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor. Cristo morreu e voltou à vida para ser o Senhor dos mortos e dos vivos.” (Rm 14,7-9).
Viver é bom, mas, não podemos continuar vivendo de qualquer jeito. Devemos assumir uma postura de fé diante da vida. E, nesse sentido, a Sagrada Escritura tem tudo o que precisamos para o essencial da fé: a conversão. Essa é a nossa empreitada. O resto, Deus nos dá em acréscimo (cf. Mt 6,25-34).
A Sagrada Escritura diz!
“Você pecou? Não torne a pecar, e peça perdão das culpas passadas” (Eclo 21,1).
“Fuja do pecado como de uma serpente, porque, se você se aproximar, ele o morderá. Os dentes dele são dentes de leão, capazes de destruir vidas humanas” (Eclo 21,2). “Fujam da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem comete, é exterior ao seu corpo; mas quem se entrega à imoralidade peca contra o seu próprio corpo” (1Cor 6,18). “Deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que se agarra em nós” (Hb 12,1).
A luta para vencer o pecado é uma questão de fé e não tem descanso!
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS