Diocese de Assis

PARA DEUS, NADA É DESPREZÍVEL E NINGUÉM É CASO PERDIDO!

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A maneira como nos relacionamos com as coisas, com os bens, com os acontecimentos, com as pessoas, com Deus… enfim, com tudo… revela, de certa maneira, o universo simbólico, o sentido de vida e a hierarquia de valores dentro do qual vivemos, nos movemos e somos. Quer dizer, nossa maneira de viver e agir, mostra quais sãos as nossas convicções e esperanças e revelam quem somos nós.

A vida não pode ser vivida de qualquer jeito: precisa ser vivida intensamente; verdadeiramente; plenamente!

Para o escrupuloso, tudo é pecado, imoral e impuro. Imagina e acredita que as pessoas só têm malícia e segundas intenções. Por isso, sua avaliação de tudo é detalhista, moralista e puritana. A vida se torna uma carga insuportável, uma obrigação. A vida do escrupuloso é um peso enfadonho.

O medroso sente-se ameaçado, sempre. Não tem confiança; vive inseguro e travado. Tudo é difícil e perigoso. Os meios e recursos lhe parecem, sempre, insuficientes e precários. Nada parece dar certo. Tudo é visto como perseguição e maldade. Há um inimigo à solta. Uma armadilha está preste a nos apanhar. A vida do medroso é um abismo fantasmagórico.

Quem tem a mente mágica vê tudo supersticiosamente porque acredita que existe, sempre, uma relação de causa-e-efeito entre um objeto e um acontecimento; entre um animal e uma doença; entre uma palavra e uma situação. Imagina e crê, por exemplo, que o sapo costurado é a causa da doença ou da morte; que passar debaixo da escada determinou seu azar em tal coisa; que sofreu tal infortúnio porque passou debaixo da escada… Vive à espera de uma varinha mágica, de uma bola de cristal, de uma fada madrinha, de um gênio da lâmpada, de uma poção mágica, de um abracadabra. A vida do supersticioso é uma lástima.

Somente pela fé, conseguimos viver bem a vida! Porque a fé garante, não apenas a verdade sobre a vida, mas, principalmente, o seu valor e sentido! Sendo assim, a visão de fé sobre a vida permite enxergar valor e sentido em todas as coisas da vida, mesmo aquelas que parecem desprezíveis e, até mesmo, caso perdido.

Quem pensa, segundo a fé, não se entrega à obsessão do medo porque acredita que dias melhores virão, que uma perda não é frustração, que um problema não esgota as possibilidades do novo, que uma queda impulsiona um reerguimento, que cada dia é um desafio ao amor e à caridade; que a vida é bela.

Quem se comporta, segundo a fé, acredita na força do perdão, do amor e da misericórdia; não se entrega às ilusões do poder, do ter ou do prazer; não procura resolver a as coisas pela força bruta, pela violência, pelo ódio nem pela vingança; não procura ter vantagem em tudo; aprende a se contentar; não corrompe; não engana; não perde a moral e nem o caráter.

Quem age, segundo a fé, não barbariza os recursos e os meios; não banaliza o valor e a importância das coisas; não subestima as pessoas em sua força ou fraqueza; não desqualifica os acontecimentos e os fatos; não debocha da desgraça alheia; não absolutiza nenhuma idéia; não supervaloriza a aparência; não desmerece os pobres; não renuncia a verdade.

Quem vive, segundo a fé, aprende a ver, na própria vida, os sinais de Deus e a interpretá-los segundo o Espírito Santo; descobre a beleza da vida nas peques coisas; valoriza todas as coisas, fatos, situações e acontecimentos, também, como Palavra de Deus; espera contra toda esperança; acolhe e experimenta o Mistério de Cristo como Paixão, Morte e Ressurreição diárias; não foge da cruz; aceita o desafio diário da conversão pessoal.

Quem assume a fé como alicerce da vida dá, à própria vida, a qualidade que sempre teve ao ser criada por Deus: Dom e Tarefa.

Deus nunca deixa de cuidar do que ele fez e que viu que era bom. Para Deus, nada é desprezível e ninguém é caso perdido. Tudo está destinado para a Salvação, em Jesus Cristo, nosso Senhor. Por isso, viver é mergulhar em Deus e, por ele, com ele e nele encontrar, todos os dias, o valor e o sentido da vida que ele criou e cuida.

Nossa vida está nas mãos de Deus! Por isso estamos seguros!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS

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