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Diocese de Assis

 

Educar para o Humanismo Solidário e construir a Civilização do Amor são planos de ação que a Igreja já estabelece após a pandemia e as situações de guerra; “É necessário promover a cultura do diálogo, globalizar a esperança, buscar uma verdadeira inclusão, criar redes de cooperação” (240) registra o TB da CF2022. Como mãe, a Igreja lança seu olhar para dias melhores. “A pandemia nos possibilitou a redescoberta da compaixão e da misericórdia de Deus (…) O horizonte quaresmal nos ajudou a pensar em boas práticas de misericórdia no cenário educacional” (246-247).

Como vemos, mesmo em situações aparentemente caóticas, o magistério da Igreja aponta caminhos de esperança renovada. “Fomos obrigados a nos repensar para alcançar o povo, para continuar próximos às pessoas. A renovação de nossa ação pastoral, adotando as celebrações litúrgicas por via digital, não basta. A Tecnologia moderna nos desafia a buscar novas formas de vivermos a fé e a caridade em nossas Comunidades Eclesiais Missionárias (Ceclemis) (252). Aponta um caminho novo, através da ação missionária eclesial, popular, pessoal… Uma nova missão que nasce das bases!

Então deixa-nos um registro consolador, o apelo do Papa: “Também gostaria de convidá-los a pensar no ‘depois’, porque esta tempestade vai acabar e suas sérias consequências já estão sendo sentidas (…) Quero que pensemos no projeto de desenvolvimento humano integral que ansiamos, focado no protagonismo dos povos em toda a sua diversidade…” (253). E nos recorda um trocadilho “sem dicotomias”: educar é evangelizar e evangelizar é educar.

O texto então nos apresenta uma extensa lista de ações, que vão desde a formação de professores, a política, o ensino religioso e em especial a ação pastoral no interior das comunidades eclesiais missionárias, pelo visto uma nova aposta de florescimento da fé através da evangelização. Mas nem só de projetos vive o mundo. É necessário exemplos, praticidade, resultados. Isso a vida eclesial tem de sobra. Isso a fé exemplifica com a própria história que aqui se escreve com a vida da Igreja e a coerência de seus seguidores. “Nesse sentido, na conclusão desse Texto-Base, recordamos algumas belas exortações do Papa Francisco nesta catequese: “E Jesus ia crescendo em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52) (278).

Voltamos às origens. A família é nossa primeira e escola. É a fonte de toda e qualquer sabedoria que o lastro da graça divina possa oferecer a um ser humano. “Juntamente com Maria, José cuidava de Jesus, antes de tudo, a partir deste ponto de vista, ou seja, criou-o, preocupando-se, a fim de que não lhe faltasse o necessário para um desenvolvimento sadio” (279) Cuidou de educa-lo para a vida. O segundo aspecto foi a dimensão religiosa. “Diz a Escritura que o princípio da sabedoria é o temor do Senhor. Temor não tanto no sentido de medo, mas de respeito sagrado, de adoração e de obediência à sua vontade, que procura sempre o nosso bem” (280). Por fim, o crescimento do menino Jesus também tinha a dimensão da graça. “Crescer em idade, crescer em sabedoria, crescer em graça: este é o trabalho que José levou a cabo em relação a Jesus: fazê-lo crescer nestas três dimensões, ajuda-lo a crescer” (…) “José educou Jesus primariamente com o exemplo: o exemplo de um homem justo (Mt 1,19), que se deixa sempre guiar pela fé, e sabe que a salvação não deriva da observância da lei, mas da graça de Deus, do seu amor e da sua fidelidade” (281).

Depois dessa, tenhamos todos uma Boa Páscoa, passagem para uma vida nova na escola da vida!

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]