Diocese de Assis

QUE HAJA TERNURA ENTRE NÓS!

image_pdfimage_print

 

Neste mundo, ninguém é mais e ninguém é menos: todos somos humanos. Nossas forças e nossas fraquezas se assemelham, assim como se assemelham nossa dignidade. O que nos diferencia é muito menor do que o que nos assemelha. Por isso, seja qual for a nação, o time de futebol, o partido político, o gênero, a vertente ideológica.. à qual cada um pertença, isso deveria importar menos, do que o que cada um é, em si: humanos. É a humana vida que deveria servir como referência do respeito, da valorização, do reconhecimento de cada um. Mas, a gente escolhe o que é menos para nos referirmos a alguém que, é muito maior e melhor e que não cabe em referências quantitativas. Porque, na verdade nossos valores fogem à quantificação.

Mas, devemos entender, entretanto, que o fato de sermos semelhantes em dignidade humana, ninguém é igual a ninguém; cada um é único. E o que torna alguém único e, com razão, irrepetível é qualidade que não se sobrepõe ao que nos assemelha, mas, especifica porque não somos produtos de uma forma e, nem tão pouco, uma linha de produção em série.

O que cada um traz de diferente, em si, o aproxima, ainda mais, de todos os outros diferentes. Por isso é injusta, desnecessária e desprovida de sentido toda forma de competição, rivalidade e disputa. O que cada um é, de diferente, o será para sempre e com tudo o que lhe é próprio. O que todos nós somos, de semelhante, o será para sempre e nos manterá unidos no misterioso laço, através daquele que é, por natureza, semelhante em essência, porque a semelhança que compartilhamos vem dele.

Que haja ternura entre nós!

Assim diz o profeta Oséias, em nome do Senhor: “Eu me casarei com você para sempre, me casarei com você na justiça e no direito, no amor e na ternura. Eu me casarei com você na fidelidade e você conhecerá Javé” (Os 2,21-22).

A ternura é a virtude da atração por semelhança; é o bem querer sem esforço que brota de nossas entranhas e nos mantém em sintonia com ou sem palavras; é o laço invisível que nos prende de maneira simples e na liberdade.

Que haja ternura entre nós!

Paulo que, descobriu a força e a necessidade da ternura em Cristo, nos mostra e ensina como isso deve acontecer em sua carta aos Filipenses.

Cristo, modelo da ternura (Fl 2,1-11)

“Portanto, se há um conforto em Cristo, uma consolação no amor, se existe uma comunhão de espírito, se existe ternura e compaixão, completem a minha alegria: tenham uma só aspiração, um só amor, uma só alma e um só pensamento. Não façam nada por competição e por desejo de receber elogios, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo. Que cada um procure, não o próprio interesse, mas o interesse dos outros. Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo: Ele tinha a condição divina,mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo,assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens.Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo,tornando-se obediente até a morte,e morte de cruz! Por isso, Deus o exaltou grandemente,e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome; para que, ao nome de Jesus,se dobre todo joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.”

Conversão à ternura (Fl 2,13-17)

“De fato, é Deus que desperta em vocês a vontade e a ação, conforme a sua benevolência. Façam tudo sem murmurações e sem críticas, para serem inocentes e íntegros, como perfeitos filhos de Deus que vivem no meio de gente pecadora e corrompida, onde vocês brilham como astros no mundo, apegando-se firmemente à Palavra da vida. Desse modo, no Dia de Cristo, eu me orgulharei de não ter corrido ou me esforçado em vão.”

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS

Botão Voltar ao topo