Diocese de Assis
Estamos chegando no final do ano e, quando chega este tempo, precisamos exercer escolhas, tomar decisões, fazer mudanças que correspondam ao horizonte de realização pessoal, profissional, familiar… Isso significa ter que parar, pensar, refletir, rezar para encaminhar tudo com maior poder de acerto. Nesse caso, é preciso planejar.
O QUE É PLANEJAR? Planejar é organizar a vida de uma pessoa ou instituição É implantar um processo de intervenção na realidade. É dar clareza e precisão à ação de uma pessoa, grupo, serviço ou instituição. É deixar de improvisar. É prever. É projetar o futuro. É pensar antes qual o melhor caminho para chegar ao objetivo.
O planejamento é um processo de tomada de decisões. É pensar ANTES, DURANTE e DEPOIS da ação. O planejamento é uma tomada de decisões para transformar a realidade em que se decidiu intervir. Quando não planejamos, improvisamos, sem perceber que outros estão planejando para nós e nos levam na conversa. Quando as pessoas que planejam têm uma mística, uma opção de vida, uma raiz religiosa, o planejamento é uma força incomensurável de ação.
POR QUE PLANEJAR? Na medida em que queremos realizar alguma ação, precisamos esclarecer bem qual o motivo, ou quais os motivos que nos levam a realizar tal ação. Uma ação é considerada EFICIENTE quando é bem feita. Quando, além de eficiente, ela for também transformadora, será considerada EFICAZ.
Quando realizamos ações apenas eficientes, não estaremos contribuindo em nada para a transformação das estruturas injustas que nos rodeiam.
O primeiro motivo que nos leva a planejar é a necessidade de realizarmos ações EFICAZES, transformadoras. Nisto nós temos um compromisso a partir de nossa fé. Não podemos conviver com as injustiças gritantes que estão por aí. Os crescentes desafios que aparecem exigem de nós uma vida planejada.
Um segundo motivo importante que nos leva a planejar é a escassez de recursos. Quanto menos recursos tivermos, mais nossa ação precisa ser planejada.
Existe, ainda, um terceiro motivo que nos obriga a realizar ações planejadas. É a complexidade da ação! É a complexidade dos problemas. Quanto mais complexos forem os problemas ao nosso redor, mais precisamos planejar, pois, do contrário, a complexidade dos problemas vai nos absorvendo e, necessariamente, cairemos no ativismo. Esquecemo-nos do necessário e mergulhamos no urgente. Aliás, esta é uma tática do sistema dominante: tratar com superficialidade as coisas profundas e com profundidade as coisas superficiais.
PARA QUE PLANEJAR? Não basta que tenhamos claros os motivos que nos levam a realizar um planejamento. É profundamente importante que tenhamos claro também qual a finalidade das ações que vamos planejar. Aonde queremos chegar! O que pretendemos realizar. Para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve!
O planejamento não é solução mágica. Não resolve tudo e, principalmente, não funciona de forma instantânea. É um longo processo, no qual não apenas se trabalha, mas se aprende enquanto o trabalho se desenvolve. Não cobre deficiência de recursos, mas ajuda a aproveitar melhor os recursos que tivermos. Ajuda também a ver melhor a realidade, a detectar os problemas. É uma ferramenta e, como tal, não substitui os operários, mas permite que a obra ganhe qualidade e que eles possam contemplar com mais satisfação o progresso que realizam.
O ano 2023 está ai e, com ele, muitas possibilidades de realização pessoal e familiar. Quem não quiser mergulhar na frustração, por não ver as coisas se realizarem, deve se adiantar aos acontecimentos e a vida. Deve planejar.
Portanto, mãos-à-obra, há uma vida inteira para ser administrada e construída. Não deixe a vida te levar, leve-a; conduza-a. Sua hora é agora!
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS