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Diocese de Assis

Compreender o mundo é um esforço que passa, não apenas, pelo poder letrado das pessoas porque, não é uma obra de especialistas. Na verdade, antes de ser macro, o mundo é micro. Isso significa, em primeiro lugar, que o mundo tem o tamanho do espaço, do tempo e das relações onde cada um vive e atua. Assim, o mundo deve ser compreendido, antes de tudo, a partir da minha relação com este mundo porque, cada um vê o mundo a partir do lugar em que ele está e, esse lugar não é somente geográfico mas, político, econômico, religioso, cultural, afetivo, ideológico… São vários filtros que nós usamos para “ver” o mundo. Por isso é que se diz: “cada ponto de vista é visto de um ponto”.

Enquanto compreensão, o mundo é micro, antes de ser macro. Mas não são vários mundos: são dimensões diferentes. Portanto, há que se ponderar que nada, neste mundo, é absoluto. Tudo é relativo, a não ser, por exemplo, princípios como o respeito à vida e à dignidade.

O mundo é uma realidade complexa, então, compreender o mundo é, também, uma obra complexa que deve levar em conta a responsabilidade de cada um na verdade sobre o mundo. Quem olha para o mundo o vê a partir de dentro e não de fora. E, não tem como se isentar. Por isso, todos somos responsáveis, por ação, por omissão ou por conivência.

A responsabilidade não é uma régua para medir culpa e nem fazer acusações mas, um fator de correspondência que, deixa claro como cada um está implicado nas relações e acontecimentos, que movem o mundo onde cada um está imerso. Responsabilidade não é uma câmera escondida que exerce vigilância para inibir ou incriminar mas, um luzeiro que deixa em exposição os atos de cada um no exercício de suas crenças, vontades e liberdade.

A responsabilidade é, o tempo todo, uma resposta nossa que nos envolve por inteiro, dos pés à cabeça; é a nossa marca onde passamos e onde agimos; é nossa digital existencial; é nosso carimbo. É pessoal mas, pode ser, também, familiar, comunitária, social…

É de se perguntar: Que noção temos de nossa responsabilidade? Sabemos que a responsabilidade define exigências sobre nós? Temos consciência de que não estamos isentos? Entendemos que a responsabilidade também tem níveis de corresponsabilidade?

As vezes é mais fácil culpar do que responsabilizar porque, a culpa se refere a um ato determinado e, as vezes isolado. A responsabilidade não! A responsabilidade não é, simplesmente, culpa porque, além do ato culpável, olha para as conseqüências do ato que, pode ser individuais e/ou sociais, locais e/ou universais, pequenas e/ou grandes, reparáveis e/ou irreparáveis, imediatas e/ou mediatas, presentes e/ou futuras…

Pensar, na linha da responsabilidade, nos leva a enxergar o universo mais abrangente de todas ações ou omissões humanas e o espectro de suas conseqüências. Por isso, antes de uma sentença de culpa, a responsabilidade chama a cada um para prestar contas de suas responsabilidades e compromissos.

Todos nós somos responsáveis: querendo ou não, sabendo ou não, conscientes ou não, livres ou não, crescidos ou não…

A responsabilidade não é uma escolha, é uma conseqüência! Nesse sentido, quanto mais consciência de nossa responsabilidade, melhor será a nossa resposta.

Sejamos responsáveis porque é assim que todos devemos ser tratados; porque este é o estágio desejável do crescimento e da maturidade humana; porque esta é a nossa razão de ser; porque este é o nosso maior legado!

 

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS