Diocese de Assis
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda bênção espiritual nos céus, em Cristo. Nele, Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor” (Ef 1,3-4).
Nossa vida tem sentido mas, esse sentido que já existe, desde antes da criação do mundo (Ef 1,4), a gente só o encontra buscando dia e noite, sempre. Não porque a gente não o encontra, mas, porque a cada vez que o encontramos, o desejo de buscá-lo e anunciá-lo aos outros só aumenta, até a plenitude do encontro definitivo. É bem aí que está a verdadeira razão da nossa existência porque, esta é nossa vocação e missão.
Acertou o papa Francisco quando, iniciando o seu pontificado, disse para toda a Igreja: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (Papa Francisco – A Alegria do Evangelho, nº 1).
Somos discípulos missionários da Alegria do Evangelho que enche o nosso coração e a nossa vida inteira e nos impulsiona a ser, viver e fazer como Jesus que, enviado pelo Pai, entregou sua vida em vista do Reino Definitivo.
A indiferença, a omissão, o descompromisso, o distanciamento… não cabem na vida de quem segue a Jesus e não deveriam bagunçar a nossa forma de levar a fé e praticar a religião.
O nosso testemunho para o mundo é a busca e o encontro, o amor e o serviço em nome daquele que, desde sempre, tomou e continua tomando a iniciativa, abençoando-nos, escolhendo-nos e enviando-nos.
Para nós, a vida de São Francisco é um grande estímulo e um exemplo porque inspira a busca de Cristo. O encontro e chamado de Francisco aconteceu de maneira mais clara diante da Cruz de São Damião. Enquanto rezava, contemplando o Cristo na cruz, Francisco se viu tremendamente tocado pelo Senhor que lhe disse: “Francisco: vai e reconstrói a minha Igreja!”. Esse encontro e chamado mudou sua vida radicalmente, levando-o ao desapego dos bens, à vida simples e humilde, ao cuidado dos pobres – especialmente os leprosos – e à vida fraterna. Seu estilo de vida transformou a igreja em seu tempo e ainda hoje. Exemplo claro é o nosso papa que, adotou o nome de Francisco por causa do santo, além de chamar o mundo todo para dois cuidados: primeiro, o cuidado com a casa comum, com a encíclica Laudato Si, inspirado no cântico das Criaturas feito por São Francisco e o cuidado com os pobres, criando a Jornada Mundial dos pobres. Continuemos a aprender com São Francisco, como amar, servir e seguir Jesus.
Olhando para Maria temos, também, um grande farol iluminando nossos passos em direção ao seu filho Jesus. Ela nos ajuda a dizer e renovar o nosso sim diário com o seu: “Eis aqui a serva [o servo] do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Ela nos ensina a guardar todos os acontecimentos e meditar sobre eles, no coração Lc 2,19). Ela nos mostra como devemos seguir Jesus, exortando: “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5). Ela nos inspira a perseverança, mesmo nas horas mais difíceis, permanecendo junto dele, aos pés da cruz (Jo 19,25-27). E, finalmente, ela nos faz entender que, permanecendo na comunidade, somos iluminados e impulsionados com os dons do Espírito Santo para o amor, a conversão e a missão, num Pentecostes permanente (At 2,1-11).
Ninguém nasce pronto e acabado! É no seguimento a Jesus, que nossa vida vai crescendo até atingir a maturidade. Estamos falando de uma caminhada do dia a dia que mistura alegria e tristeza, saúde e doença, vida e morte. Que não nos falte perseverança para o caminho e a caminhada!
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS