Diocese de Assis
VIVENDO A SEMANA SANTA
As festas são tão antigas quanto a humanidade. Celebrar uma festa é viver de maneira diferente os acontecimentos e, ao mesmo tempo recordar, reatualizar e aprovar o mundo que se efetua, permanentemente, todos os dias.
O significado existencial das festas está enraizado nos fatos significativos da vida pessoal, familiar, social e comunitária. Por isso, sendo o homem religioso por natureza, expressa na ação de graças o que a história “escreveu” em sua vida.
A Semana Santa tem as suas raízes mais profundas no “acontecimento” Jesus Cristo. Quer dizer, no mistério de sua paixão (sofrimento), morte e ressurreição. Esta trajetória do Salvador nós chamamos de “Mistério Pascal”.
O Mistério Pascal é o “fato primordial” da nossa fé e o centro de todas as celebrações litúrgicas cristãs.
Domingo de Ramos. A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos. Neste dia se recorda e se celebra a entrada de Jesus de Nazaré em Jerusalém, como Rei. Fato característico de seu poderio e reinado é a humildade e simplicidade: chega montado num burrico e é aclamado com ramos de oliveira. Somos envolvidos de maneira própria, nesta celebração, aclamando e saudando o Cristo como nosso Rei e Salvador. É com a simplicidade dos ramos que devemos aclamar o nosso Rei. “Hosana ao Filho de Davi.”
Segunda, terça e quarta-feira. São dias marcados também pelo recolhimento pessoal. Não há, porém, nada de extraordinário. A oração deve ser o conteúdo e a marca destes dias, como uma preparação e predisposição pessoal para o tríduo pascal.
Missa dos Santos óleos. Na segunda-feira, de modo particular em nossa diocese, o dia está voltado para a espiritualidade e o ministério do padre na Igreja e, para a bênção e consagração dos “santos óleos” que serão usados nos sacramentos do Batismo, Unção dos Enfermos e Crisma.
O Tríduo Pascal, como o próprio nome diz, é o tempo composto de três dias, que antecede e prepara a grande proclamação do aleluia, da ressurreição, da páscoa, do DOMINGO. Nestes três dias vivenciamos os gestos, palavras e atitudes de Cristo que expõe, claramente, a sua missão de Salvador e Redentor.
Quinta-feira. É o dia da Instituição do Sacerdócio Católico e da Eucaristia. Em outras palavras, o dia em que Jesus “inventou” o serviço ministerial consagrado do padre e a missa.
Nesse dia acontece a missa do lava-pés, gesto de Jesus que ensina que o primeiro no Reino de Deus é aquele que serve e é capaz de “lavar os pés” dos outros. Após a missa, segue a Adoração ao Santíssimo Sacramento (Hóstia Consagrada), até sexta feira. Ocasião da experiência e reconhecimento de Cristo como nosso Alimento: Pão vivo do céu.
Sexta-feira. Chamada também de “sexta-feira maior”, este dia “encaramos” e celebramos a morte do Senhor Jesus em razão do seu amor por nós. Este é o único dia do ano que não pode ter missa. É dia de Jejum e abstinência de carne. Há apenas a adoração da Santa Cruz à tarde e a procissão do Senhor Morto. Momentos de profunda comunhão com um Deus que doa a sua vida por nós, sem reservas.
Sábado Santo. Conhecido como “Sábado Aleluia”, este é o dia da Vigília Pascal, isto é, de ficar acordado, atento e desperto para o “raiar do dia” para a explosão da luz do ressuscitado. Esta é a razão pela qual se faz a bênção do fogo. De acordo com antigo costume, neste dia pode também ser feito batismo de adulto.
Domingo da Ressurreição. Este é o auge de toda a Semana Santa. É o dia da ressurreição, da páscoa, da “passagem” da morte para a vida. O Cristo está vivo! Deus o tirou das garras da morte: “porque procurar entre os mortos aquele que está vivo?” Deste dia é que se tira o fundamento da fé Cristã. Neste dia é que está enraizada a nossa fé e a nossa religião.
Participemos por completo da Semana Santa e experimentemos a força de um Deus que ultrapassou os limites para nos SALVAR.
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS