Diocese de Assis

AS MULHERES NA BÍBLIA (Parte 2)

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Estamos olhando para as mulheres na Bíblia!

Como a Bíblia trata as mulheres? É machismo, discriminação ou preconceito algumas passagens que podemos constatar na Bíblia? Como entender o posicionamento de alguns escritores sagrados ao se referir às mulheres?

No Novo Testamento, reconhecemos um novo modo de tratar a mulher, a partir de Jesus. Ele nasceu de uma mulher (Gl 4,4ss). Ele conhecia-lhes a vida e as fadigas cotidianas e se interessou por elas, como nas parábolas do fermento (Mt 13,33); da dracma perdida (Lc 15,8ss); do juiz iníquo e da viúva importuna (Lc 18,1ss).

Jesus faz milagres a pedido de mulheres como de homens: a sogra de Pedro (Mt 8,14; a filha de Jairo e a hemorroísa (Mt 9,18-26); a mulher cananéia (Mt 15,21-28); a viúva de Naím (Lc 7,11-17).

Jesus aceitou ser ungido por uma mulher e a defendeu contra as críticas (Mt 26,10). Com Marta e Maria Jesus tinha um relacionamento familiar e profundo (Lc 10,38-42). Conversou sem embaraço com a samaritana, na beira do poço de Jacó (Jo 4,7ss.27).

Jesus não carrega sentimentos misóginos nem tão pouco de inferiorização da mulher. Revoluciona o modo de tratá-la e faz de sua práxis um ensinamento.

Desde o inicio da Igreja Primitiva, as mulheres aparecem como membro de pleno direito (At 1,14; 12,12); muitas mulheres convertidas são chamadas pelo nome (At 16,13s; 17,4.12). As mulheres tomavam, ativamente, parte da vida da Igreja realizando e recebendo boas obras (At 6,1).

As ambigüidades e aparentes contradições no modo de tratamento, presente em algum escritor sagrado, provém do modo como, culturalmente, a mulher era levada em consideração na sociedade onde viviam. Obviamente, as mudanças de tratamento, em relação à mentalidade sobre a mulher, foram uma verdadeira revolução.

O pecado não nasceu por culpa da mulher.

É pena que, mesmo entre nós, a mulher não é tratada como merece e, por si mesma, algumas vezes não se assume como mulher e nem se apresenta como deve. Cabe dizer, entretanto que, acima de qualquer mentalidade e cultura está a natureza que, faz da mulher um ser único e irrepetível pelo seu valor e importância no ciclo da vida; ela é mãe.

A mulher é intuitiva e protagonista por natureza

Intuição é uma sensibilidade humana, facultado pela capacidade de percepção, discernimento e, pressentimento das coisas o que amplia, consideravelmente, o campo de visão, alarga os horizontes e facilita resoluções, ações e processos. Por causa da sobrecarga natural de exigências, solicitações, obrigações e cuidados que pesam sobre a mulher, esse dom e muitos outros estão à sua disposição, para levar avante a vida de muitos protagonismos.

O livro do Eclesiástico em 26,1-5.13-18 faz considerações importantes e revolucionárias, para a época, sobre a importância e distinção da mulher: “Feliz o marido que tem mulher virtuosa; a duração de sua vida será o dobro. Mulher habilidosa é alegria para o marido, que viverá em paz por toda a vida. Uma boa mulher é uma sorte grande, que será dada aos que temem ao Senhor. Rico ou pobre, estará contente e terá sempre rosto alegre. Mulher graciosa alegra o marido, e com seu saber o fortalece. Mulher discreta é dom do Senhor, e mulher bem-educada não tem preço. Mulher modesta duplica seu encanto, e não há valor que pague a mulher casta. Como o sol levantando-se sobre as montanhas do Senhor, assim é a beleza da mulher em sua casa bem arrumada. Como lâmpada brilhando no candelabro sagrado, tal é a beleza do rosto num corpo bem acabado.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS

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