Diocese de Assis
Praticar a fé não é, apenas, cumprir ritos, observar preceitos, obedecer normas, conhecer as regras, saber as doutrinas, memorizar a Bíblia, manter em dia as devoções, ir ao templo… Tudo isso ajuda mas, o princípio da fé é o amor a Deus e ao próximo que se desdobra em várias atitudes, comportamentos, ações e serviços coerentes com o amor. Se somos fortes no amor, somos fortes em tudo; se somos fracos no amor somos fracos em tudo porque, o amor não só dá força… o amor é força. Nesse sentido, nas fontes do amor, estão firmados o começo e o fim de todas as coisas. Já dizia Santo Agostinho: “Ama e faze o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa, senão o amor, serão os teus frutos”.
O amor não será, apenas, sentimento mesmo que seja, essa, uma de suas mais fortes expressões. O amor não será, apenas, emoção… não será, apenas, desejo… não será, apenas, afeto… não será, apenas, vontade… o amor será muito mais. O amor será tudo. E, somente por isso, será suficiente, necessário e forte. O amor será a fonte. O amor será a origem e o fim. O amor será Deus. Diz-nos, a Palavra de Deus: “Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus. E todo aquele que ama, nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto se tornou visível o amor de Deus entre nós: Deus enviou o seu Filho único a este mundo, para dar-nos a vida por meio dele. E o amor consiste no seguinte: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou, e nos enviou o seu Filho como vítima expiatória por nossos pecados. Amados, se Deus nos amou a tal ponto, também nós devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus está conosco, e o seu amor se realiza completamente entre nós. Nisto reconhecemos que permanecemos com Deus, e ele conosco: ele nos deu o seu Espírito. E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. E nós reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nesse amor. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele” (1João 4,7-16).
A grande Boa Nova do amor é que, em Jesus, no altar, ele se tornou alimento. O amor se tornou alimento para nutrir tanto o corpo, quanto a alma. Sem amor, corremos o risco de desfalecer, tombar, enfraquecer, adoecer e morrer. Sem amor não existimos… não podemos nada… não somos nada.
O amor será tudo em nós porque, como alimento diário, nos manterá sadios de corpo e de alma: em forma, em equilíbrio, em harmonia, em totalidade… em Deus. O Amor, que nos alimenta, também, nos transformará em alimento, isto é, em testemunhas. E, esta será a nossa verdade, nossa esperança, nossa força, nossa fé, nossa razão de ser. Seremos o amor!
Santa Teresinha do Menino Jesus assim entende a sua vocação: Serei o Amor! “Em meu Amor pela Igreja e ardor missionário eu quisera ser Apóstolo, Profeta e Mártir, também Sacerdote, tudo escolher! No Corpo do Senhor, porém, os membros nunca são iguais: do todo procurando o bem, nenhum é mais. Corpo do Senhor, a Igreja, deve ter um Coração: pra que Santa ela seja, eis o Amor – minha Vocação! Dom melhor, o mais perfeito, tudo abrange, tudo alcança… Pulsa o Coração da Igreja em meu peito: Serei o Amor! Quisera percorrer a Terra e anunciar o Cristo a todos os Irmãos; plantar a Cruz em todo canto, dar a minha Vida pela Salvação. Mas a resposta eu encontrei a este apaixonado Amor: é a Caridade – eis a lei, o Dom Maior! O Amor alcança todo tempo, está em toda parte, é eterno o Amor! E toda Vocação abrange, nada se sustenta sem o Dom maior. Eu sei, enfim, minha Missão, na Mãe Igreja, o meu lugar: ser tudo, ser seu Coração, somente amar!”
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS