Diocese de Assis
Entre todas as coisas que julgamos necessárias para a vida e, que, por vezes, movemos o mundo ou fazemos guerra por elas, poderíamos incluir, também, uma outra lista de necessidades espirituais, para um completo desenvolvimento humano. Sim! Porque necessidades espirituais são, muitas vezes, tratadas com forte implicação terapêutica. E as coisas da fé não são como os remédios, passíveis de receita e de uso limitado a um tempo ou situação. As coisas da fé são para a vida toda e, como tal, curativas. Não, exatamente, porque são aplicáveis a situações e circunstâncias ocasionais, mas, porque, enquanto são levadas em consideração, alimentadas e buscadas desenvolvem, na pessoa o potencial de cura, crescimento, amadurecimento e salvação. Nisso é que se encontra o verdadeiro motivo de se praticar a fé: porque vale para a vida!
Pedro, em um dos trechos mais lindos de sua carta nos ajuda a enxergar a necessidade da fé para a vida e da vida para a fé, olhando para Jesus.
Este primeiro trecho nos chama à uma revisão profunda de nossa esperança e da urgente necessidade de reconfiguração dos nossos ideais a partir das certezas firmadas em Cristo.
1Pedro 3,15-17. “Reconheçam de coração o Cristo como Senhor, estando sempre prontos a dar a razão de sua esperança a todo aquele que a pede a vocês, mas com bons modos, com respeito e mantendo a consciência limpa. Assim, quando vocês forem difamados em alguma coisa, aqueles que criticam o bom comportamento que vocês têm em Cristo ficarão confundidos. Pois, se é da vontade de Deus que vocês sofram, é melhor que seja por praticarem o bem, e não o mal.”
A oportunidade da fé nos permite, também, ressignificar a vida segundo o Espírito, as implicações éticas nas atitudes humanas, as práticas religiosas e a escolha por Cristo.
1Pedro 3,18-21. “De fato, o próprio Cristo morreu uma vez por todas pelos pecados, o justo pelos injustos, a fim de os conduzir a Deus. Ele sofreu a morte em seu corpo, mas recebeu vida pelo Espírito. Foi então que ele proclamou a vitória, inclusive para os espíritos aprisionados; falo das pessoas que foram rebeldes outrora, nos tempos de Noé, quando Deus demorava para castigar o mundo. Enquanto isso, Noé construía a arca, na qual somente oito pessoas foram salvas por meio da água. Aquela água representava o batismo que agora salva vocês; não se trata de limpeza da sujeira corporal, mas do compromisso solene de uma boa consciência diante de Deus, mediante a ressurreição de Jesus Cristo.
São João apresenta um Jesus com uma revelação surpreendente: sua obra será continuada no e pelo Espírito Santo. Quem quiser viver o Cristo, precisará não só viver os mandamentos, em todas as suas conseqüências, mas, precisará dar permissão à atuação do Espírito Santo como o Defensor para sempre.
João 14,15-21. “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos. Então, eu pedirei ao Pai, e ele dará a vocês outro Advogado, para que permaneça com vocês para sempre. Ele é o Espírito da Verdade, que o mundo não pode acolher, porque não o vê, nem o conhece. Vocês o conhecem, porque ele mora com vocês, e estará com vocês. Eu não deixarei vocês órfãos, mas voltarei para vocês. Mais um pouco, e o mundo não me verá, mas vocês me verão, porque eu vivo, e também vocês viverão. Nesse dia, vocês conhecerão que eu estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês. Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele.”
Que venha, sobre nós, o Espírito de Deus!
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS