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Diocese de Assis

 

 

Num tempo de tantos mestres e doutores, qual o verdadeiro mestre? Que mestre devemos seguir? Com saber se estamos sendo formados ou deformados? Como evitar a enganação e os oportunismos? Como escapar do conhecimento que é fanatismo e obsessão? Como superar a “mesmice” e o indiferentismo?

Um só Mestre! É preciso dizer sem demora que Jesus é o único, o verdadeiro e o insubstituível Mestre. É ele mesmo quem diz: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai, senão por mim!” (Jo 14, 6). Ele é o mestre da vida que dá a própria vida pela nossa. Por isso, “quanto a vocês, nunca se deixem chamar de mestres, pois um só é o Mestre de vocês e, todos vocês são irmãos” (Mt 23,8).

Prudentes e sem malícia. As nossas inquietações são justas, mas, as vezes, as respostas que procuramos e esperamos são verdadeiras armadilhas. Ao invés de um caminho e de uma direção, vivemos encurralados, num beco sem saídas. O medo de voltar atrás, de recomeçar, de perder, de correr riscos, de confrontos e frustrações, nos empurram ao conformismo destruidor, fazendo-nos acomodar à solução mais fácil: ficar aqui mesmo para não sofrer mais. A este respeito o Evangelho é bem claro: “Tomem cuidado com o fermento dos fariseus que é a hipocrisia” (Lc 12,1).  E acrescenta: “Sejam prudentes como as serpentes, mas sem malícia como as pombas” (Mt 10,16).

Sem discernimento não se vai longe. A falta de discernimento daquilo que é bom e verdadeiro, nos coloca diante de situações de risco, e, a nossa vida vai perdendo o seu sentido. De tal sorte que, o nosso conhecimento servirá, mais como corda ao nosso pescoço do que como sandálias aos nossos pés. “Vai chegar o tempo em que não se suportará mais a doutrina; pelo contrário, com a comichão de ouvir alguma coisa, os homens se rodearão de mestres ao seu bel-prazer. Desviarão seus ouvidos da verdade e os orientarão para as fábulas” (2Tm 4,3-4).

Síndrome de onipotência.

Ninguém é perfeito e detentor de toda a verdade. Ninguém atingiu o grau definitivo de mudança e conversão. Todos nós estamos a caminho. O fato de termos uma experiência a mais ou de termos atingido um grau maior de conhecimento, de descoberta e de mudança, não significa que estamos em melhor posição do que os outros. Todos nós estamos em processo e a caminho. Se não houver humildade não haverá mudança. Se não houver confiança, não haverá entrega. Se não mudança, não haverá conversão. Os que não se permitem à obra de Deus não veem a salvação que vem de Deus porque vivem da própria onipotência como síndrome. Abaixo os autossuficientes e os orgulhosos!

Tagarelas e Papagaios. Diz o ditado que: “peixe morre pela boca”. Neste sentido, nossa falta de critério quando falamos, afirmamos ou proclamamos algo, nos coloca diante de complicações. Nem tudo o que ouvimos devemos reproduzir como verdade. O apego a algumas “verdades” que ouvimos ou aprendemos em certa ocasião, demonstra muito mais a fraqueza do que a força das pessoas. Se ficamos agarrados às palavras, mesmo as mais sábias, sem a força do exemplo é porque não sabemos o que fazer com a vida. Nesse sentido, alguns se destacam como bons tagarelas e papagaios.

Finalidade do Conhecimento. A finalidade objetiva do conhecimento é “o amor, que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sem hipocrisia. Alguns já se desviaram desta linha e se perderam num palavreado inútil; pretendem se passar por doutores da lei, mas não sabem nem o que dizem e nem o que afirmam tão fortemente” (1Tm 1,5-7).

Atitude: vigilância! Liberdade em Cristo: “Cuidado para que ninguém escravize vocês através de filosofias enganosas e vãs, de acordo com tradições humanas, que se baseiam nos elementos do mundo e não em Cristo” (Cl 2,8). Fé imbatível: “O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns renegarão a fé, para dar atenção a espíritos sedutores e doutrinas demoníacas” (1Tm 4,1). Esperança do céu: “Rejeite, porém, as fábulas ímpias, coisas de pessoas caducas. Exercite-se na piedade (…) a piedade é proveitosa para tudo, pois contém a promessa da vida presente e futura” (1Tm 4,7-8).

Se é para seguir como discípulo, que não seja atrás de ‘qualquer mestre’!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS