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Diocese de Assis

Em todo tempo é tempo de missão, mas, quando se aproxima o natal de Jesus, nos vemos convocados, de novo, por aquele que é o enviado do Pai e que, a partir de Belém e da manjedoura nos ensina a viver em missão.

Vida em missão é como semente lançada na terra: entra no mistério do crescimento, do fruto maduro e da colheita. Mas é bom enfatizar que, não é a vida de um lado e, a missão de outro, mas, vida em missão; juntas e misturadas.

A vida foi concebida para ser missão e a missão para ser vida. Separadas, elas não são sementes, não são lançadas, não brotam, não crescem, não frutificam e não viram colheita.

Eis, portanto, o alerta que nos faz o Senhor: “Eu garanto a vocês: se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto. Quem tem apego à sua vida, vai perdê-la; quem despreza a sua vida neste mundo, vai conservá-la para a vida eterna. Se alguém quer servir a mim, que me siga. E onde eu estiver, aí também estará o meu servo. Se alguém serve a mim, o Pai o honrará” (Jo 12,24-26).

Mas, afinal de contas, que outro sentido e valor teria a nossa vida? De que maneira seria tão preciosa? Como encontraria tantas razões? Onde seria revestida com tanta beleza?

Paulo tem algumas convicções sobre o valor e o sentido da vida em missão que, resultaram da vivência e aprofundamento, pessoal, no mistério do Cristo morto e ressuscitado. São iluminações que nos ajudam, também, a responder sim, com convicção:

Considerar o Cristo como o centro e a razão de tudo.

“Por causa de Cristo, porém, tudo o que eu considerava como lucro, agora considero como perda. Quero, assim, conhecer a Cristo, o poder da sua ressurreição e a comunhão em seus sofrimentos, para tornar-me semelhante a ele em sua morte, a fim de alcançar, se possível, a ressurreição dos mortos. Não que eu já tenha conquistado o prêmio ou que já tenha chegado à perfeição; apenas continuo correndo para conquistá-lo, porque eu também fui conquistado por Jesus Cristo” (Fl 3,7.10-12).

Receber, da graça de Deus, a força na fraqueza.

“Ele, porém, me respondeu: ‘Para você basta a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder.’ Portanto, com muito gosto, prefiro gabar-me de minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. E é por isso que eu me alegro nas fraquezas, humilhações, necessidades, perseguições e angústias, por causa de Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Cor 12,9-10).

Sustentar, com o testemunho, o serviço confiado por Cristo.

“Mas, de modo nenhum considero minha vida preciosa para mim mesmo, contanto que eu leve a bom termo a minha carreira e o serviço que recebi do Senhor Jesus, ou seja, testemunhar o Evangelho da graça de Deus” (At 20,24).

As respostas de Paulo e de tantos homens e mulheres, na história da fé, nos permitem entender que não se trata de qualquer vida e de qualquer missão mas, a vida em missão a partir do Mistério de Cristo, de sua própria vida em missão.

Sendo assim, compreendendo a nossa própria existência no mundo, como ‘um viver em missão’, daremos sentido novo a tudo o que somos e fazemos, sonhamos e queremos, e projetamos e realizamos; terá razão e sentido o passado, o presente e o futuro; ganhará mais sentido a alegria e a tristeza, a saúde e a doença, a vida e a morte…

Viveremos em missão porque, viver em missão é como nossa respiração diária, faz parte de nós!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS