Diocese de Assis

A HOSPITALIDADE É UM DOM!

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Nos dicionários, hospitalidade é definida como ato de hospedar; ação de acolher em casa por caridade ou cortesia: dar hospitalidade; hospedagem; qualidade de hospitaleiro; bom acolhimento; amor aos estranhos; filoxenia.

Por sua raiz, a extensão do termo também nomeia o hospital.

Generosidade, afabilidade, gentileza, delicadeza são adjetivos que maximizam a hospitalidade como valor impreterível no convívio fraterno.

Em outras línguas, tanto na grafia como na expressão, a hospitalidade tem o seu diferencial cultural mas, o mesmo apelo antropológico, como fator humano: Hospitality, Gastfreundschaft, Gastlichkeit, حُسن الضيافة, φιλοξενί, hospitalidad, Vieraanvaraisuus, Hospitalité, Gostoljubivost, Ospitalità, Gastvrijheid, Gjestfrihet, Gościnność, Rостеприимство, Gästfrihet, การรับรองแขก, Konukseverlik, Lòng hiếu khách.

O diferente, ao invés de nos isolar, nos aproxima. Por isso, independente da cultura ou da língua precisamos do ninho universal da hospitalidade.

Alguns pensadores, ao longo do tempo deixaram algumas definições sobre hospitalidade:

ð I. Baptista (2002). É um modo privilegiado de encontro interpessoal marcado pela atitude de acolhimento em relação ao outro. A hospitalidade aponta para um modelo de relação, a ser resgatado, no qual se compartilha cuidados e conhecimentos; no qual se aguarda e se atenta para o outro. (Leia o livro Pequeno Príncipe).

ð J. Derrida (2003). É o nome geral para todas as nossas relações com o outro”.

ð L Boff (2005) É antes de mais nada uma disposição da alma, aberta e irrestrita. Ela, como o amor incondicional, em princípio, não rejeita nem discrimina a ninguém. É simultaneamente uma utopia e uma prática.

Na fé a hospitalidade é um dom e vem do alto; é expressão do amor gratuito e tem a dimensão da ternura. Mas, a compreensão sobre a sua força e necessidade está radicada na teia das relações humanas.

Hospitalidade é um dom porque chama o outro para a sua própria casa. Chama para a sua vida; para sua história; para o seu íntimo; para o seu coração. É uma atitude de abertura que revela confiança. Quem entra na casa do outro entra no espaço mais sagrado de sua vida. Quem abre a porta para alguém oferece aquilo que é seu; dá da própria segurança, do próprio alimento, do próprio descanso… Acolher é uma atitude de amor. Acolher é uma lição de Fraternidade.

O Dom que Deus dá, ele mesmo ensina, fazendo. É ele quem nos acolhe em sua casa. Faz o mundo; cria tudo; prepara tudo e nos coloca no centro do mundo; no paraíso. Ele nos dá a sua casa como um grande Oikoumene: o mundo, casa de todos, como casa de irmãos. Aquele que nos coloca no mundo nos tem dentro dele. Nossa morada é o próprio Deus.

Pensar a hospitalidade é repensar nossas relações e convivência.

Nós fomos feitos uns para os outros e, no entanto, criamos muros, ficamos distantes, estabelecemos isolamento, cavamos abismos.

Como você vê a hospitalidade em sua vida, em sua casa, na escola, nos hospitais, nas casas de saúde, na igreja…. Se fosse avaliada, que nota teria sua hospitalidade?

“Não se esqueçam da hospitalidade, pois algumas pessoas, graças a ela, sem saber acolheram anjos” (Hb 13,2).

Acolher é preciso mas, isso não significa aceitar ser invadido. É necessário respeito mútuo. Vários são os testemunhos bíblicos desta maravilhosa experiência:

Gn 18,1-10. Abraão com os anjos em sua tenda conhece a realização da promessa de Deus; Gn 33,1-20. Jacó na casa de seu irmão, Esaú, tem uma lição de fraternidade; 1Rs 17,7-16 A viúva de Sarepta aprende a partilha com Elias e vê a Providência Divina; Lc 10,38-42. Maria, tendo Jesus em sua casa soube ficar com a melhor parte.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS

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