Diocese de Assis
A vida dos santos ilumina a vida da Igreja, em sua trajetória rumo ao Reino definitivo. E, é o dia da morte e, não o do nascimento, que conta para o memorial da vida dos santos. A morte do santo confirma aquela identificação com o Cristo morto e ressuscitado, conforme as palavras de São Paulo aos Romanos “Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Pelo batismo fomos sepultados com ele na morte, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos por meio da glória do Pai, assim também nós possamos caminhar numa vida nova. Se permanecermos completamente unidos a Cristo com morte semelhante à dele, também permaneceremos com ressurreição semelhante à dele” (Rm 6,3-5).
Pedro e Paulo são colunas da Igreja. A morte deles, não somente, ilumina a Igreja, em sua trajetória rumo ao Reino Definitivo, mas, a estabelece e a confirma.
Desde o século III que a Igreja une na mesma solenidade os Apóstolos S. Pedro e S. Paulo, as duas grandes colunas da Igreja.
Pedro, pescador da Galileia, irmão de André, foi escolhido por Jesus Cristo como chefe dos Doze Apóstolos, constituído por Ele como pedra fundamental da Sua Igreja e Cabeça do Corpo Místico. Foi o primeiro representante de Jesus sobre a terra.
Paulo, nascido em Tarso, na Cilícia, duma família judaica, não pertenceu ao número daqueles que, desde o princípio, conviveram com Jesus. Perseguidor dos cristãos, converte-se, pelo ano 36, a caminho de Damasco, tornando-se, desde então, Apóstolo apaixonado de Cristo. Ao longo de 30 anos, anunciará o Senhor Jesus, fundando numerosas Igrejas e consolidando na fé, com as suas Cartas, as jovens cristandades. Foi o promotor da expansão missionária, abrindo a Igreja às dimensões do mundo.
Figuras muito diferentes pelo temperamento e pela cultura, viveram, contudo, sempre irmanados pela mesma fé e pelo mesmo amor a Cristo.
- Pedro, na sua maravilhosa profissão de fé, exclamava: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. E, no seu amor pelo Mestre, dizia: “Senhor, Tu sabes que eu Te amo”.
- Paulo, por seu lado, afirmava: “Eu sei em quem creio”, ao mesmo tempo que exprimia assim o seu amor: “A minha vida é Cristo!”
Depois de ambos terem suportado toda a espécie de perseguições, foram martirizados em Roma, durante a perseguição de Nero. Regando, com o seu sangue, no mesmo terreno, ‘plantaram’ a Igreja de Deus.
Após 2000 anos, continuam a ser ‘nossos pais na fé’. Honrando a sua memória, celebremos o mistério da Igreja fundada sobre os Apóstolos.
Na festa de São Pedro e São Paulo, a Igreja Católica comemora o “dia do Papa” e convida as suas comunidades, em todo o mundo, a fazerem oração pelo Sucessor de Pedro.
Dois momentos da vida de Pedro e Paulo sinalizam particularidades do seu seguimento ao Mestre.
Em Atos 12,1-11: Pedro é envolvido no mesmo destino de Jesus, primeiramente porque foi preso na festa dos pães sem fermento (a Páscoa). Além disso, o texto começa com a decisão do rei Herodes de tentar destruir a Igreja, prendendo e matando seus líderes. O rei deseja remover os pilares da casa para fazer a construção inteira ruir. A prisão de Pedro não é um fato isolado – na mesma época, Tiago (filho de Zebedeu) foi martirizado.
Em 2Tm 4,6-8.17-18: Paulo, também, estava preso e pensava que seria condenado à morte. Suas palavras não revelam nenhuma amargura, mas a serenidade de quem se abandonou nas mãos de Deus. O apóstolo estava pronto para ser imolado, isto é, estava à disposição para ser morto por causa do evangelho. Além disso, considera que a morte por causa do evangelho é aceita por Deus como verdadeira oferta ou sacrifício.
Diante de Pedro e Paulo, somos desafiados ao profetismo do seguimento!
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS