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Diocese de Assis

Dizem que, quem tem dúvidas deve perguntar porque, perguntar não ofende.

Então eu gostaria de saber: “O amor, ainda existe? É possível viver o amor?”

Nas últimas décadas constatamos um ressurgimento espiritual: mais bíblia nas mãos, mais denominações religiosas, mais pessoas nas igrejas, mais canais de TV e rádio de motivação religiosa, mais apregoadores do evangelho… mais conquistas tecnológicas… mais poder econômico… mais informação… mais liberdade… mais muitas outras coisas!

Nas mesmas últimas décadas, paradoxalmente, constatamos a dessacralização da fé, a banalização da violência, intolerância religiosa, ‘toxicosocialização’ (isto é um neologismo: sociedade entorpecida pela socialização das drogas, onde o consumo se tornou liberal e o seu comércio se converteu em trabalho), a impunidade, a corrupção política, o banditismo político e social, o empobrecimento…

O que está acontecendo conosco? Onde está o amor? Não deveríamos estar vivendo melhor com tantas conquistas? Parece que o problema está no ‘como’ e no ‘para que’ todas as coisas se realizam em nível pessoal ou coletivo.

É preciso dizer, em primeiro lugar, um grande mal que nos afeta é a perda do TEMOR DE DEUS e, ligado a isso, a perda do referencial de EXIGÊNGIA NO AMOR.

O Temor a Deus é o horizonte e fonte dos princípios e dos valores. Sem o Temor a Deus tudo fica liberal, as ações ficam permissivistas, o sagrado vai sendo profanado, a dignidade humana vai sendo desrespeitada, as pessoas se esvaziam, o individualismo cresce.

São Paulo, na primeira carta aos Coríntios 10,23-24, assim se expressa: “Tudo é permitido. Mas nem tudo convém. Tudo é permitido. Mas nem tudo edifica. Ninguém procure satisfazer aos seus próprios interesses, mas os do próximo”

O amor é a expressão mais profunda do Temor a Deus. O amor tem exigências e essa é a sua verdade maior! Porque, se não tem exigências, pode ser tudo, menos amor. Só no amor a vida se realiza: nasce, cresce e amadurece! Só no amor a vida é completa!

São Paulo, noutra parte da primeira carta aos Coríntios, 13,1-8 assim se manifesta: “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se eu não tivesse o amor, seria como sino ruidoso ou como címbalo estridente. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria. O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará!”

Em Jesus o amor encontra sua plenitude. Nele o amor é muito mais do que sentimento. Em Jesus, o amor é doação, é entrega é renúncia. Em Jesus o amor é Cruz.

São Paulo, agora, aos Filipenses, assim diz a respeito de Jesus: “Ele tinha a condição divina, mas não se apegou a sua igualdade com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz!” (Filpenses 2,6-8).

Você não deve terminar de ler esse artigo sem dizer: Eu creio no amor!

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS