Diocese de Assis
O PREÇO DA FÉ CRISTÃ
Todo seguimento tem um custo. E um benefício. Até nas ideologias ditas mundanas, nas divisões político-sociais, no campo da produção versus consumo, em todos os setores onde o ser humano atua e constrói sua história exige-se a defesa de um ideal a seguir. Seu custo-benefício.
Também na prática da fé cristã. Aliás, exatamente nesta encontramos o mais alto preço a se pagar por seu seguimento. Seguir Jesus não é nada fácil, sequer agradável, pois exige renúncias e sacrifícios. Não pense você que uma vida de fé possa lhe render lucros e dividendos, quando o próprio mestre foi bem claro e suscinto ao dizer a que veio. Antes de cumprir sua missão, deveria sofrer muito, ser rejeitado por todos os poderes religiosos e políticos, ser acusado injustamente, humilhado publicamente, condenado e morto da forma mais vil e dolorosa e sepultado às pressas para não estragar a festa dos que comemoravam a libertação terrena de um povo que se dizia escolhido, privilegiado. Ele não. Ele seria tão somente um rejeitado do próprio povo!
Só depois viria a ressurreição, a vitória final. “Então chamou a multidão com seus discípulos e disse: ‘Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga’, pois esse era o seu preço… (Mc 8, 34). Seu benefício? A salvação eterna!
Eis aqui os parâmetros que qualquer cristão deveria ter sempre presentes em sua prática de fé. Injustiça, perseguição e incompreensão é o mínimo que o mundo nos oferece pelo simples fato de nos dizermos seguidores de Jesus de Nazaré. Tentar fazer discípulos e levar adiante a necessária difusão dos Evangelhos é quase um crime, atualmente. O mundo não nos vê com bons olhos. O cristianismo não combina com a vida dissoluta e sem compromissos da grande maioria. A perversão, o liberalismo, a devassidão, a imoralidade sem freios tornaram-se sinônimos de modernidade. Contra isso tudo a fé cristã não deve, não pode se posicionar, pois vai contra direitos adquiridos ou conquistas sociais do dito livre arbítrio humano. Ah, triste liberdade! Quem retomará as rédeas desse trotear para a perdição geral? “Quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho”, nos responde Jesus.
Portanto, fé e razão não se dissociam da realidade que vivemos. Se o caos parece nos amedrontar, nos destruir, por outro lado a razão da fé cristã ainda é o lastro de luz, o único, capaz de apontar outro caminho. Não há por que sepultar a esperança de salvação, quando a vida dissoluta sempre dá sinais de cansaço e decepção. Muitos já não toleram tantos desvios de conduta e perversão. A grande maioria busca mudanças, palavras de um conforto maior, uma luz, uma esperança renovada. Só Jesus tem essas palavras. Só Ele para devolver ao mundo as promessas de eternidade que a falácia dos homens enterrou nas desilusões de uma vida passageira. Só o cristão que vive sua fé ao preço da cruz que carrega é capaz de devolver ao mundo essa esperança perdida! Coragem, pequenino rebanho… “porque não fostes vós que me escolheste, mas fui eu, para irdes fazer discípulos todos os povos”, até que tudo aqui se acabe. E se renove a face da Terra. Façam-se novas criaturas de Deus! Porque a salvação do mundo está em nossas mãos, depende de nós.
WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]