Diocese de Assis

MEDIDA, REFERÊNCIA E PARÂMETRO

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Para tudo existe uma medida, referência ou parâmetro. Ninguém precisa viver às tontas, batendo cabeça, errando o rumo e a direção.

Sempre nos baseamos em algo para nos movimentarmos, nos decidirmos e enfrentar a vida. E isso é fundamental.

Quando a medida, referência ou parâmetro deixa a desejar, tudo o que vem pela frente, inclusive, nós mesmos, correm sério risco de desagregação.

O livro do Eclesiástico, no capítulo 4, nos ajuda a repensar nossa posição diante da vida e nossas atitudes frente às situações, sejam elas cotidianas ou circunstanciais.

A autoreferencialidade não é uma boa medida para agir; pelo contrário, conduz ao esgotamento das fontes e das possibilidades porque ninguém se basta a si mesmo.

Como é um livro sapiencial, o Eclesiástico nos permite fazer ponderações importantes quanto ao nosso modo de ser e agir.

Advertências importantes (vv. 1-10)

Meu filho, não recuse ajudar o pobre, e não seja insensível ao olhar dos necessitados. Não faça sofrer aquele que tem fome, e não piore a situação de quem está em dificuldade. Não perturbe mais ainda a quem já está desesperado, e não se negue a dar alguma coisa ao necessitado. Não rejeite a súplica de um pobre, e não desvie do indigente o seu olhar. Não desvie o olhar daquele que pede alguma coisa para você, e não dê ocasião para que alguém o amaldiçoe, porque se uma pessoa amaldiçoa você com amargura, o Criador atenderá ao pedido dela. Seja simpático para a comunidade, e diante de um grande abaixe a cabeça. Incline o ouvido ao pobre e responda com delicadeza à saudação dele. Arranque o oprimido do poder do opressor, e não seja covarde em fazer justiça. Seja como um pai para os órfãos e como um marido para a mãe deles. Desse modo, você será como um filho do Altíssimo, e o Altíssimo amará você mais do que a sua própria mãe.

A sabedoria educa o homem (vv. 11-19)

A sabedoria educa os seus filhos e cuida daqueles que a procuram. Quem tem amor a ela, ama a vida, e os que madrugam para procurá-la, ficarão cheios de alegria. Quem a possui, terá como herança a honra, e aonde quer que vá, o Senhor o abençoará. Aqueles que servem a ela prestam culto ao Santo, e o Senhor ama aqueles que a amam. Quem a escuta, julga com justiça, e quem lhe dá atenção viverá tranqüilo. Quem nela confia, a receberá como herança, e seus descendentes a conservarão como propriedade. Primeiro, ela o conduzirá por caminhos tortuosos, causando-lhe medo e tremor, e o atormentará com sua disciplina, até que o homem confie nela e até que ela o tenha provado com suas exigências. Depois, ela o reconduzirá pelo caminho reto, o alegrará e lhe manifestará os seus segredos. Se ele se desviar, ela o abandonará e o entregará ao sabor do próprio destino.

Autenticidade e coerência (vv. 20-31)

Observe as circunstâncias, mas guarde-se do mal e não se envergonhe de si mesmo. Existe uma vergonha que conduz ao pecado, e existe uma vergonha que traz honra e graça. Não seja muito severo consigo mesmo, e não se envergonhe do seu erro. Não deixe de falar no momento oportuno, e não esconda a sua sabedoria, porque é pelo falar que se reconhece a sabedoria, e é pela palavra que se percebe a instrução. Não contradiga a verdade, mas envergonhe-se de sua própria ignorância. Não se envergonhe de confessar os próprios pecados, e não se oponha à correnteza de um rio. Não se submeta a um insensato, e não seja parcial em favor de um poderoso. Lute até à morte pela verdade, e o Senhor Deus combaterá por você. Não seja arrogante no falar, nem preguiçoso e covarde no agir. Não seja um leão para a sua família, nem suspeite de seus dependentes. Não tenha a mão aberta para receber e fechada na hora de dar.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS

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