Diocese de Assis
TUDO EMPENHAR PARA CONSEGUIR A SALVAÇÃO.
Não há dúvida de que, razões de fé movem as pessoas, cria esperanças e dirige seus passos. Por razões de fé, toma-se iniciativa, faz-se renúncias e desenvolve-se convicções. Por razões de fé morre-se, mata-se ou justifica-se a guerra. A fé move tudo e a todos. A fé tem poder de vida ou morte. Depende do sujeito que crê.
Em sentido lato, a fé é a firme convicção de que algo seja verdade, sem nenhuma prova de que este algo seja verdade, pela absoluta confiança que se deposita neste algo ou alguém. Por extensão, ter fé é nutrir um sentimento de afeição, ou até mesmo de amor, pelo que se acredita, confia e aposta. É possível nutrir um sentimento de fé em relação a uma pessoa, um objeto inanimado, uma ideologia, um pensamento filosófico, um sistema qualquer, um conjunto de regras, uma crença popular, uma base de propostas ou dogmas de determinada religião. A fé não é baseada em evidências. É, geralmente, associada a experiências pessoais e pode ser compartilhada com outros através de relatos, principalmente no contexto religioso.
Do ponto de vista cristão, a fé está baseada no Projeto de Salvação do Deus de Abraão, Isaac e Jacó, cuja revelação alcança seu ponto máximo, em Jesus Cristo, seu Filho Unigênito, Nosso Senhor. “Nos tempos antigos, muitas vezes e de muitos modos Deus falou aos antepassados por meio dos profetas. No período final em que estamos, falou a nós por meio do Filho. Deus o constituiu herdeiro de todas as coisas e, por meio dele, também criou os mundos. O Filho é a irradiação da sua glória e nele Deus se expressou tal como é em si mesmo. O Filho, por sua palavra poderosa, é aquele que mantém o universo. Depois de realizar a purificação dos pecados, sentou-se à direita da Majestade de Deus nas alturas. Ele está acima dos anjos, da mesma forma que herdou um nome muito superior ao deles” (Hb 1,1-4).
A Salvação é a meta da fé (1Pd 1,9). Por isso, o homem de fé deve refazer o seu caminho a Cristo, cada dia, para conhecer e buscar a salvação que ele nos propõe no hoje da fé e não somente para depois da morte. Ora, é preciso tudo empenhar para conseguir esta salvação na mesma proporção e medida da Cruz de Cristo. Quer dizer, da mesma forma que o Cristo, na cruz, se despojou e se entregou, no extremo da morte, também nós, na busca da salvação, devemos nos entregar por inteiro! Tudo! Sem reservas. Acreditando! Na medida do amor. Porque Deus acrescenta, àquele que busca, em primeiro lugar, o Reino de Deus, tudo o que lhe é necessário, hoje, para a sua salvação. Nada Deus dá ou permite que não seja para a salvação. Deus não é eterno para ver a nossa destruição, mas a nossa salvação.
A busca da salvação, por conseguinte, deve nos ajudar a refazer o caminho da fé, na medida do amor, da confiança e da entrega. Porque qualquer conquista, mesmo a mais alta e valiosa, neste mundo, não tem comparação ao que Deus nos dá salvando-nos em Cristo. Mesmo que, para isso, seja necessário perdemos.
Na Sagrada Escritura, aparecem algumas dicas e direções, nesse sentido.
1Cor 15,1-3: “É pelo Evangelho que vocês serão salvos, contanto que o guardem do modo como eu lhes anunciei; do contrário, vocês terão acreditado em vão.”
1Cor 15,12-14.19: “Ora, se nós pregamos que Cristo ressuscitou dos mortos, como é que alguns de vocês dizem que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo também não ressuscitou; e se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia e também é vazia a fé que vocês têm.”
1Tm 2,1-6: Ele (Jesus) quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem que se entregou para resgatar a todos.”
Hb 5,7-9: “Durante a sua vida na terra, Cristo fez orações e súplicas a Deus, em alta voz e com lágrimas, ao Deus que o podia salvar da morte. E Deus o escutou, porque ele foi submisso. Embora sendo Filho de Deus, aprendeu a ser obediente através de seus sofrimentos. E, depois de perfeito, tornou-se a fonte da salvação eterna para todos aqueles que lhe obedecem.”
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS