1

Diocese de Assis

Estamos acabando de chegar em São Francisco de Assis do Piauí, em uma nova missão da Fraternidade Missionária Itinerante.

Numa bonita celebração, a céu aberto, às 19h do dia 10 de fevereiro de 2019, na cidade de São Francisco de Assis do Piauí, fomos apresentados e acolhidos pela comunidade paroquial, que compareceu massivamente, numa demonstração de alegria, fervor e carinho. Na delicadeza dos gestos, dos símbolos e das palavras fomos introduzidos na comunidade como irmãos que chegam para integrar a família do Povo de Deus. Somos muito agradecidos por toda a articulação da chegada, liderada pelo Pe. Geraldo Gereon, dedicado missionário da cidade e da região, desde o ano de 1971.

Louvamos a Deus por nos permitir esse tempo de graça porque, nos oferece a oportunidade de uma grande renovação do espírito missionário.

Chegamos com o espírito aberto para entrar no mistério da vida deste lugar.

Para mim, chegar é como nascer de novo, com tudo o que isso significa. Em cada chegada precisamos nascer de novo. E, se isso não acontecer podemos abortar uma série de coisas novas e pessoas.

Ora, se para nascer é preciso uma gestação dada ao tempo, como processo de maturação, então, nos daremos a este tempo, sem resistência nem obsessão. É sabido que, ninguém nasce e, permanece vivo, sem o mínimo de maturação gestacional.

Estamos chegando e já nos vemos dentro do útero-comunidade da paróquia São Francisco de Assis. Aqui seremos gestados para um novo nascimento, o que significa que, antes de dar algo que seja realmente relevante para a comunidade, receberemos muito. Seremos alimentados pela história das pessoas e das famílias; aprenderemos a caminhar no compasso dos que caminham; descobriremos o jeito e a cultura do povo; adotaremos a linguagem comum a todos; sentaremos à mesma mesa, seja nas casas, seja na igreja; compartilharemos as dores e sofrimentos, as alegrias e as esperanças; deixaremos que os clamores da vida nos interpelem; seremos sensíveis às necessidades dos pobres; facilitaremos o acesso das crianças, dos jovens e dos anciãos; seremos solícitos ao Espírito Santo, a respeito daquilo que é necessário para bem compreender a vontade de Deus, por força do silêncio, da escuta, da oração e da obediência, procurando, em tudo, o discernimento do mesmo Espírito.

Sim! Viveremos, com alegria, o tempo da gestação-chegada. Mas, uma vez “nascidos” para a comunidade, queremos contribuir, eficazmente, para novos nascimentos, também daqueles que nos deram à luz, para a missão permanente nessa paróquia, como tempo de conversão pessoal e pastoral.

Penso que o Evangelho da missa de apresentação e acolhida da Fraternidade Missionária Itinerante, já previsto na liturgia do 5º Domingo do Tempo Comum, não poderia ser melhor exortação para todos nós e eu o transcrevo, grifando o que, para mim, são chaves de conversão para o seguimento do Mestre Jesus:

“Certo dia, Jesus estava na margem do lago de Genesaré. A multidão se apertava ao seu redor para ouvir a palavra de Deus. Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago; os pescadores haviam desembarcado, e lavavam as redes. Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: ‘Avance para águas mais profundas, e lancem as redes para a pesca.’ Simão respondeu: ‘Mestre, tentamos a noite inteira, e não pescamos nada. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes.’ Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes, que as redes se arrebentavam. Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que fossem ajudá-los. Eles foram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem. Ao ver isso, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: ‘Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!’ Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Mas Jesus disse a Simão: ‘Não tenha medo! De hoje em diante você será pescador de homens.’ Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo, e seguiram a Jesus” (Lc 5,1-11).

 

  1. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS