Diocese de Assis
Quando olhamos as Sagradas escrituras bem de perto, nos deparamos com várias atitudes e métodos de Deus que parecer estranhos e completamente às avessas e pouco convencionais.
Na verdade, Deus não poupa ninguém das consequências de seus ato e, nem tão pouco os protege de situações que poderão trazer conversão e mudança. E por que isso? Porque de outra maneira a gente não entende; não para; não ouve; não obedece; não volta atrás; não se converte.
Nós sim, costumamos poupar as pessoas dos seus problemas ou das consequências de seus atos e atitudes. Com isso sustentamos um estilo de vida não condizente com a verdade e nem com a chance de mudança e conversão.
O texto de Isaias 8,23b-9,3 traz, em seu conteúdo as primeiras provocações sobre o que estamos dizendo desde o começo:
“No tempo passado o Senhor humilhou a terra de Zabulon e a terra de Neftali; mas recentemente cobriu de glória o caminho do mar, do além-Jordão e da Galiléia das nações. O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. Fizeste crescer a alegria, e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença como alegres ceifeiros na colheita, ou como exaltados guerreiros ao dividirem os despojos. Pois o jugo que oprimia o povo, – a carga sobre os ombros, o orgulho dos fiscais – tu os abateste como na jornada de Madiã”
Notemos bem que: o texto diz que “o Senhor humilhou a terra de Zabulon e a terra e Neftali”. O próprio texto, logo em seguida, mostra a consequência pedagógica da humilhação de Deus para com o seu povo: “recentemente cobriu de glória o caminho do mar…” e “O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz”.
No Evangelho de Mateus 4,12-23, vemos o eco deste texto de Isaías e a consequência vocacional desta pedagogia divina: tanto para o ministério público de Jesus, como para o chamado e o seguimento dos discípulos: “Ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galiléia. Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galiléia, no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: ‘Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galiléia dos pagãos! O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz.
Daí em diante Jesus começou a pregar dizendo: ‘Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo. Quando Jesus andava à beira do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse a eles: ‘Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens.’ Eles, imediatamente deixaram as redes e o seguiram. Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai Zebedeu consertando as redes. Jesus os chamou. Eles, imediatamente deixaram a barca e o pai, e o seguiram. Jesus andava por toda a Galiléia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo”
Entender a pedagogia divina, tanto na Bíblia, como em nossas vidas e comunidades é fundamental para nos lançarmos com confiança nos braços do Pai e, no mundo; no campo mais desafiador.
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS