ESPAÇO  ESPÍRITA

PROPRIEDADE

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O tema comovia o auditório!

– A verdadeira propriedade – expunha, brilhante, o palestrante – são os nossos títulos de homem de bem, zelosos no culto do dever, retos no comportamento íntimo. Toda propriedade é transitória: passam e mudam de mãos; nada nos pertence. Tudo a Deus retorna, pois que de Deus procede.

Aplausos, ovação…

Encerrada a conferência, o eminente orador foi convidado por abastado senhor para que o visitasse na sua vivenda formosa, em pitoresco sítio do subúrbio citadino.

– Aqui está a minha casa – elucidou o magnata das finanças – conseguida com o dinheiro que armazenei nos meus negócios. Minhas pastagens engordam o meu gado; meus rebanhos procedem da Índia: gado de raça! Meus automóveis são importados, meus móveis vieram de nobres ancestrais que se perdem nos primeiros dias da Colonização portuguesa no Brasil, meus tapetes vieram da Pérsia. Sim, meu amigo, tudo quanto os seus olhos alcançam neste horizonte é meu: comprei-o com meu dinheiro!

– Parabenizo o senhor!…

– Responda-me, agora: isto tudo quanto você vê e cuja posse eu tenho documentos comprobatórios é meu ou não é meu?

– Doutor, faça-me esta pergunta dentro de 80 anos.

Não se considere dono de coisa alguma. Usufrutuários da oportunidade transitória, do bem passageiro, todos o somos.

A verdadeira propriedade, sim, é aquele bem intransferível que adicionamos ao patrimônio das aquisições espirituais, inamovíveis, indestrutíveis. Tudo mais é transitório. A organização física, a terra, o nosso infinito-finito, são passageiros e não nos pertencem. Tudo pertencendo a Deus, Senhor de tudo, em mordomos nos transformamos temporariamente daquilo que nos passa pelas mãos.

IGNOTUS

 Extraído do livro “Panoramas da Vida” – Psicografia: Divaldo Pereira Franco – Editora Alv

 E  INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

ÓRGÃO  DA  UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO

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