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Espaço Espírita

 

 “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” JESUS (Mateus, 6:33)

Existem pessoas na Terra que, embora usufruindo vida social respeitável, passam cinco anos sucessivos sem ver de perto um necessitado, sem sequer chegarem a crer que muitas criaturas desencarnam de inanição.

Participam dos acontecimentos sem observá-los.

Costumam empreender faustosas edificações sem o menor interesse em saber se faltam agasalho e pão, higiene e medicamento aos que trabalham nelas.

Lançam vago olhar a quem lhes comungam a experiência quotidiana, ralados pelo infortúnio, como se os contemplassem de cima de torres invulneráveis.

Servem-se dos préstimos alheios sem a mínima consideração para com aqueles que lhes prestam auxílio.

Acreditam que o salário estipulado em preceitos legais é o bastante para recompensar o esforço de quantos lhes sustentam a segurança.

Entretanto a pouco e pouco, a vida nos prova que somos todos uma única família e que, se o mérito em serviço estabelece diferenças naturais para efeito de educação, a verdade essencial do Universo determina, mesmo em favor do mérito que desejamos adquirir ou acrescentar, que nos tratemos de igual para igual ou de irmão para irmão.

Solidarizarmo-nos com os necessitados, de quando a quando, apenas pela emoção é, indiscutivelmente, ação louvável, mas tão-somente isso não soluciona o problema inarredável da solidariedade imprescindível.

 

Imperioso fazer e procurar fazer algo de substancial, em favor deles, como agimos, de hábito, à frente dos que nos partilham a consanguinidade.

Auxiliar não demanda vocação, solicita disposição com atividade sistemática no amparo aos outros.

Forçoso reconhecer que os supostos desconhecidos de hoje podem ter sido os parentes de ontem, nas trilhas da reencarnação, quanto as pessoas anônimas do presente serão talvez os amigos mais amados para vivência comum depois da morte.

A Doutrina Espírita, revivescendo o ensino de Jesus, não desconhece que a necessidade humana espera corações, cérebros e braços empenhados em resolver-lhe os trágicos desafios.

Subnutrição, analfabetismo, desabrigo, preconceito, fanatismo e doença constituem problemas nossos no mundo.

Nós que tantas vezes louvamos a justiça da caridade, saibamos cultivar a caridade da justiça!

ANDRÉ  LUIZ

Extraído do livro “Sol nas Almas” – Psicografia: Waldo Vieira – Editora CEC

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