ESPAÇO ESPÍRITA
Troquemos, de quando em quando, os grandes conceitos da caridade pelos atos miúdos que lhe confirmem a existência.
Não apenas os feitos de elevado alcance e os gestos heróicos dignos da imprensa. Beneficência do cotidiano. Obra assistencial de cada um.
Calar o momento indiscreto.
Não empurrar os outros na condução coletiva.
Evitar os serviços de última hora, nas instituições de qualquer espécie, sobrecarregando empregados que precisam do ônibus em horário certo para o retorno à família.
Reprimir o impulso de irritação e falar normalmente com as pessoas que nada têm a ver com os nossos problemas.
Aturar sem tiques de impaciência a conversação do amigo que ainda não aprendeu a sintetizar.
Ouvir, como se fosse pela primeira vez, um caso recontado pelo amigo em lapso de memória.
Poupar o trabalho de auxiliares e cooperadores, organizando anotações prévias de encomendas e tarefas por fazer, para que não se convertam em andarilhos por nossa conta.
Desistir de reclamações descabidas diante de funcionários que não têm culpa das questões que nos induzem à pressa, nas organizações de cujo apoio necessitamos.
Pagar sem delonga o motorista ou a lavadeira, o armazém ou a farmácia que nos resolvem as necessidades, sem a menor obrigação de nos prestarem auxílio.
Respeitar o direito do próximo sem exigir de ninguém virtudes que não possuímos ou benefícios que não fazemos.
Todos pregamos reformas salvadoras.
Guardemos bastante prudência para não nos fixarmos inutilmente nos dísticos de fachada.
Edificação social, no fundo, é caridade, e caridade vem de dentro. Façamos uns aos outros a caridade de cumprir o dever.
ANDRÉ LUIZ
Extraído do livro “Sol nas Almas” – Psicografia: Waldo Vieira – Editora CEC
U.S.E.-UNIÃO DAS SOCIEDADES ESPÍRITAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – INTERMUNICIPAL DE ASSIS