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ESPAÇO  ESPÍRITA       

P:- Em “O Livro dos Espíritos”, as entidades venerandas, respondendo a um questionamento de Allan Kardec, afirmam que a posse do necessário seria a felicidade possível no mundo físico. Mas como diferenciar o que é supérfluo do que é necessário, se o que é supérfluo para um é o necessário para outro?

R:- O necessário é aquilo que se torna indispensável, o supérfluo é tudo aquilo que pode ser usado quando se quer, sem nenhuma necessidade imediata. Por exemplo: usamos um traje uma única vez por causa da moda. Temos dez roupas e adquirimos mais dez. Utilizamos um calçado e em pouco tempo ele já está superado. São atitudes desequilibradas, um desrespeito àqueles que são profundamente carentes. Existe uma variedade imensa de acepipes na alimentação para agradar nosso paladar. Mas o essencial é aquilo que nutre e a que, invariavelmente, não damos valor.

Daí a preocupação de Kardec em estabelecer uma linha divisória entre o necessário e o supérfluo, para que o supérfluo de um seja o atendimento das necessidades de outros.

Verificamos, por exemplo, que a reciclagem do lixo das grandes cidades seria uma solução financeira para acabar com a fome que existe na África.

Infelizmente o mundo vive diante do supérfluo e do desperdício.

Allan Kardec convida-nos à reflexão para uma vida saudável, o que não quer dizer que deva ser uma vida miserável, conventual, mas sim uma vida de alguém nobre, que tenha a oportunidade do prazer, do bem viver, do ser feliz, sem o desperdício.

 

Extraído do livro “Divaldo Franco Responde” – Volume 2  – Organizado por Cláudia Saegusa – Editora Intelítera

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