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FESTAS JUNINAS

 

 

Em criança eu morava na roça e frequentava  a escola rural. Perguntador demais, vivia fazendo perguntas à professora. Queria saber tudo, bem antes de chegar naquela lição. Isso perturbava a mestra. Talvez já desenhasse ali a figura do futuro repórter.   Meu pai queria que eu fosse advogado  bela profissão, mas não deu certo. Agora no mês de junho, das festas juninas me traz recordações do tempo de criança em que morei no interior. Festas juninas, com pamonha, pipoca, bolo de milho, curau enfim uma festança sem fim. Faziam fogueira e festejavam São João, Santo Antônio e São Pedro. São João sempre foi o mais concorrido. Pena que não contavam a história correta da vida de São João Batista o Precursor de Jesus. São João Batista nasceu de Isabel por graça de Deus já que Isabel era idosa e infértil. Um anjo apareceu para Zacarias  seu marido e anunciou que a então infértil seria mãe por graça especial de Deus.                 

            Eu caminhava a pé desde o empório do meu pai à beira da estrada que seguia para a “Espanholada”, que os fregueses chamavam de “Venda do Zéquinha”. Dali eu seguia diariamente à pé até a escolinha. Às vezes algum carro me dava carona até mais perto. Praticamente criança ainda, já achava a professora bonita e ela nunca ficou sabendo. Até que um dia a vi acompanhada por alguém que deveria ser namorado dela  e meu amor platônico foi por água abaixo.

            Trago todas essas lembranças pelos caminhos que andei. Nesta época eu as rememoro. Não fui advogado como meu saudoso pai queria, mas tive o privilégio de trabalhar por 14 anos na OAB-SP como diretor de rádio que espalhava noticiário sobre Justiça e Cidadania para uma rede de mais de 300 emissoras de rádio. Um dia o então diretor da Rádio Aparecida me informou que “pregar cidadania também é evangelizar” e era mais uma razão para a emissora por no ar os meus boletins diários, direto de São Paulo.

            Voltando às festas juninas compartilho  as idéias de uma amiga leitora que me proporcionou tema para esta crônica. Obrigado  conterrânea.

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Alcindo Garcia é Jornalista (e-mail:[email protected];br)