Inclusão social: um ótimo presente de Natal para pessoas com deficiência
Especialista aponta o que PcDs mais reivindicam; ações que são fundamentais para promover a igualdade de oportunidades.
Natal é tempo de troca de presentes, não é mesmo? No entanto, para as pessoas com deficiência, a data pode ter um significado diferente. Ganhar uma camisa ou um perfume é bem bacana, mas não é o essencial. O que mais desejam mesmo é ter autonomia, visibilidade, respeito, liberdade de ir e vir, e ambientes com oportunidades de educação e trabalho digno. E, neste aspecto, ainda há muito por fazer. Por isso, o maior presente que a sociedade e o Poder Público podem dar à comunidade PcD é exercitar um olhar mais atento para a solução das inúmeras barreiras que dificultam a participação plena desses indivíduos na sociedade.
Para o defensor público federal, André Naves, que é especialista em Inclusão Social, o cumprimento dos direitos básicos que todo o indivíduo merece, passa, principalmente, no caso da comunidade PcD, por empoderamento. “O que as pessoas com deficiência mais querem é que elas tenham visibilidade, que elas sejam ouvidas, já que grande parte das barreiras que enfrentam na vida traduz um jeito desqualificado de a sociedade tratá-las, o que reflete nas ações do Poder Público. E a gente precisa dar empoderamento a elas, para que cada uma delas possa desenvolver suas maiores qualidades, da forma que quiserem. A gente precisa aprender não só a respeitar o outro, mas agir para que as melhores qualidades de cada um, seja PcD ou não, sejam concretizadas”, diz Naves.
Neste contexto, são diversas as reivindicações. Eis algumas:
– Acessibilidade: infraestrutura urbana inclusiva; transporte público acessível; e adaptações dos espaços públicos e privados – essenciais para garantir a mobilidade, a segurança e a participação de PcDs na vida cotidiana.
– Educação e trabalho: programas de capacitação; escolas inclusivas; incentivo à contratação de PcDs; adequação dos ambientes de trabalho. “Garantir uma educação inclusiva e oportunidades no mercado de trabalho são fundamentais para a autonomia das pessoas com deficiência,” ressalta o defensor público.
– Saúde e assistência: acesso a tratamentos específicos; tecnologias assistivas; e políticas de assistência social, como a ampliação do BPC (Benefício de Prestação Continuada) também figuram entre os principais anseios da comunidade PcD.
Segundo André Naves, atender cada vez mais a essas necessidades é um grande passo em direção à inclusão real e à cidadania plena para milhões de brasileiros.
“É preciso ressaltar que todas essas mudanças e adaptações não são favores, mas direitos assegurados na Lei. Um presente de Natal que represente respeito e dignidade é o que toda pessoa com deficiência merece,” conclui.