“Lula não vai ceder às pressões do mercado financeiro”, afirma Zarattini
O economista pela Universidade de São Paulo (USP) e deputado federal Carlos Zarattini (PT/SP) disse nesta sexta-feira (5) em vídeo publicado nas redes sociais que a subida do dólar é uma ação orquestrada pelo mercado financeiro para tentar influenciar a decisão do presidente na indicação do novo presidente do Banco Central. “Eles querem constranger o Lula para que indique alguém que mantenha essa política criminosa de juros altos e ganhos exorbitantes do setor financeiro enquanto o desenvolvimento do país vai a passos lentos. Só que isso não vai acontecer. O compromisso é com o país”.
O parlamentar paulista é um dos críticos do PT à gestão do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “É inadmissível a taxa de juros acima de 10% num cenário de bons índices econômicos. A inflação está controlada, PIB em alta, arcabouço fiscal aprovado. Aliás, todos os índices da economia são maiores que as previsões”, destacou.
O presidente da República deve indicar nos próximos meses um nome para assumir a presidência da autarquia. A gestão de Campos Neto se encerra em dezembro. A indicação ainda precisa ser aprovada pelo Senado Federal.
Segundo Zarattini, o perfil do novo presidente do BC será alguém preocupado com o controle da inflação e com o desenvolvimento do país. “Teremos alguém que tenha responsabilidade com o povo e o país e não com o mercado como é hoje com Campos Neto”.
Zarattini publicou nos últimos dias críticas às falas de Campos Neto. “Inacreditável ver setores da imprensa e os alguns economistas culparem as falas do Lula pela especulação contra o real. A “briga” pela redução da taxa de juros deveria ser uma batalha travada por todos, afinal o índice atual impede um crescimento mais acelerado da nossa economia, impede o desenvolvimento e reduz a capacidade de consumo das famílias e das empresas”.
O deputado disse ainda que a especulação contra o real precisa ser controlada pelo BC, já que seria responsabilidade do órgão atuar para proteger a moeda. “As últimas declarações do presidente do BC confirmam que há uma clara intenção de inverter responsabilidades e jogar no colo do governo a culpa pela ação criminosa do órgão, que hoje atua contra os interesses nacionais”.