Maio Cinza: Radioterapia é fundamental para pacientes com tumores localizados ou metástases no cérebro

A Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) destaca o papel da técnica no tratamento de cânceres cerebrais, principalmente em casos de metástases

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O mês de maio é marcado pela campanha Maio Cinza, dedicada à conscientização sobre os tumores cerebrais. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), os tumores do sistema nervoso central (SNC) representam cerca de 4% de todos os casos de câncer no Brasil, com aproximadamente 11 mil novos diagnósticos por ano. Além dos tumores primários (que se originam no cérebro), as metástases cerebrais (quando a doença surgiu em outro órgão e se espalhou para o cérebro) acometem entre 20% e 40% dos pacientes com câncer, especialmente aqueles com cânceres de pulmão, mama e melanoma. De acordo com a Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), a radioterapia é uma das principais abordagens terapêuticas para esse grupo de pacientes.

De acordo com o radio-oncologista Gustavo Nader Marta, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), a radioterapia é efetiva tanto em tumores primários como nas metástases cerebrais “A abordagem contribui para o controle da doença, alívio dos sintomas neurológicos e melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Principalmente quando a cirurgia não é uma opção viável e também de forma complementar a cirurgia em algumas situações”, explica Gustavo Marta.

O câncer cerebral é conhecido por não ter sintomas específicos, dificultando o rastreio e consequentemente, o diagnóstico. “Embora os sintomas possam ser confundidos com outras condições neurológicas, sinais como perda de força, formigamentos, alterações de comportamento, crises convulsivas ou dores de cabeça persistentes e intensas devem sempre acender um alerta para a possibilidade de um tumor cerebral”, afirma Marta.

Já as metástases cerebrais são uma das complicações mais comuns em pacientes com câncer. O  tratamento das metástases cerebrais, explica o radio-oncologista, é mais personalizado e leva em conta fatores como o estadiamento da doença, quantidade, tamanho das lesões e os sintomas do paciente. “Quando as metástases são pequenas, especialmente com até 3 cm, a melhor técnica é a radiocirurgia estereotáxica”, reforça. Esta técnica é feita em dose única e poupa tecidos saudáveis ao redor.

Já quando os tumores são maiores, acima de 4 cm, ou causam muita pressão no cérebro, a cirurgia pode ser indicada para aliviar os sintomas e normalmente deve ser seguida de radioterapia complementar pós-operatória (preferencialmente com a técnica de radiocirurgia estereotáxica). Em casos sintomáticos, o tratamento local é essencial para melhorar a qualidade de vida. Para pacientes sem sintomas e com acesso a medicamentos modernos que atingem o cérebro, a decisão pode ser adiada com segurança, desde que feita em conjunto por uma equipe médica especializada. “Quando as metástases são mais numerosas, há opções como a radioterapia em todo o cérebro associada ao uso de medicamentos ou em casos selecionados, também pode-se considerar a radiocirurgia estereotáxica”, acrescenta o presidente da SBRT.

Sintomas e impactos – Os sinais e sintomas dos tumores cerebrais variam de acordo com a sua localização e estadiamento, porém os mais comuns são a dor de cabeça intensa e persistente que pode não responder aos analgésicos comuns. As convulsões em pacientes que nunca as tiveram, a falta de coordenação motora, bem como a perda de força ou sensibilidade nos diversos segmentos do corpo são comuns em pessoas com essas patologias, além dos vômitos, perda de apetite e apatia.

Segundo Gustavo Marta, a investigação diagnóstica se estabelece inicialmente pelo exame clínico geral e neurológico, seguidos de exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância magnética cerebrais). “O diagnóstico da doença, na maioria das vezes, se dá pela biópsia do tumor. A análise da biópsia, além do diagnóstico, ajuda a melhorar a percepção médica do prognóstico e mostrar um caminho de qual tratamento seguir, sendo sempre de caráter multidisciplinar, discutindo cada caso individualmente para decisão sobre os protocolos”, finaliza.

Sobre a Sociedade Brasileira de Radioterapia

A Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), fundada em 1998, é uma associação civil, associativa e científica, sem fins lucrativos, que representa os médicos radio-oncologistas registrados no Brasil. Mais informações em: https://sbradioterapia.com.br/

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