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Natal: expressão de amor e fraternidade

O Natal é uma data tão importante para toda a humanidade que mesmo os que não têm Jesus Cristo como Deus, sensibilizam-se com os seus efeitos. O fato do Filho de Deus, onipotente, se encarnar assumindo a nossa natureza humana, sem deixar a divina, se tornou o Evento mais importante da história, tanto assim que o Seu nascimento dividiu a História em duas partes, para a maioria da humanidade.

O que celebramos no Natal de Jesus é a festa do Amor de Deus pela humanidade, que vendo-a prejudicada pelo pecado original, e separada d’Ele, vem buscá-la de volta para Si. Mas para isso foi preciso o maior gesto de amor que o mundo já viu: “Deus amou a tal ponto o mundo, que deu o Seu Filho único para que todo aquele que n’Ele crer tenha a vida eterna” (Jo 3,16).

Quem tem fé e medita neste acontecimento, não tem como não experimentar uma imensa alegria. Como anunciou Isaías, “o povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu” (Is 9, 1). A Luz de Cristo brilhou nas trevas desse mundo!

Desde sempre, a cristandade se alegra com o Natal e sente a necessidade de manifestar a sua grandeza de muitas maneiras. Uma delas é dar presentes para as crianças e para amigos e parentes, num gesto de amizade, consideração e apreço. Esse costume certamente tem suas origens naqueles pastores do campo de Belém, que na noite do Natal receberam a aparição dos anjos anunciando-lhes o nascimento do Salvador. No Presépio representamos esses pastores levando ao Menino uma ovelha de presente. Eles representavam o povo judeu, que Deus preparou por mais de mil anos para receber o Messias.

Mas vieram também os Reis Magos, provavelmente da Pérsia. Conhecedores dos astros e do anúncio da chegada do Rei dos judeus, vieram adorá-lo, trazendo presentes ao Menino Deus. Eles representavam os pagãos, porque o Salvador veio para todos os homens, não apenas para os judeus. Deram ao Menino ouro (para o Rei), incenso (para Deus) e mirra (para o sacrifício do Cordeiro de Deus).

Sem dúvida, esse exemplo dos Reis Magos inspirou a humanidade a presentear as crianças – pois delas é o Reino de Deus, disse Jesus – e depois se estendeu para outras pessoas queridas. Tudo isso tem sentido quando não se perde o sentido da alegria do Natal, pois não existe Natal sem Jesus Cristo.

De modo especial, tem um grande sentido lembrar dos pobres nesse dia. São Francisco venerava tanto o Dia do Natal que ele queria até alimentar as aves do céu. Mais ainda precisamos cuidar dos mais pobres para que o Natal não seja para eles um dia triste. No entanto, o Natal não deve ser apenas celebrado um dia. Melhor ainda é que essas famílias pobres e desamparadas, sobretudo neste tempo de pandemia, recebam um auxílio permanente, não só dos governos, mas de toda a população.

O Natal fixou a figura do Papai Noel, um pálido reflexo da pessoa que a inspirou: São Nicolau, bispo de Mira, antiga cidade da costa meridional da atual Turquia. Com seu carisma de caridade, o “bom velhinho” persiste ainda hoje, apesar de ficar restrito apenas à imagem de comercialização no período das festas de Natal.

Que possamos fazer do Natal um momento de celebrar o amor, a paz e a ajuda sobretudo aos irmãos mais necessitados!

Felipe Aquino é professor de física e matemática, autor de mais de 70 livros e apresentador dos programas “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos” na TV Canção Nova. Em julho de 2012 recebeu o título de “Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno”, concedida pelo Papa às pessoas que se destacam, no seu trabalho, em prol da evangelização, em defesa da fé e do desenvolvimento da Igreja Católica.