| Linha do tempo da intoxicação por metanol
Primeiras 12 horas – sintomas discretos e enganosos
- Náuseas, dor abdominal, tontura e dor de cabeça podem ser confundidos com uma simples ressaca.
- O fígado já começa a metabolizar o metanol em formaldeído e ácido fórmico.
- “Mesmo que o paciente se sinta apenas mal, seu organismo já está sofrendo alterações metabólicas. Exames de sangue podem indicar acidose metabólica e aumento do osmolar gap, sinais de que o corpo caminha para uma intoxicação grave”, detalha o Dr. Faustino.
De 12 a 24 horas – os olhos sofrem primeiro
- O ácido fórmico inibe a produção de energia nas mitocôndrias. Tecidos que demandam mais energia, como retina e nervo óptico, são os primeiros a sofrer.
- Sintomas típicos: visão borrada, fotofobia e percepção de pontos luminosos (“chuva de pixels”).
- “O nervo óptico é extremamente vulnerável. A degeneração das fibras e a falta de energia podem levar à cegueira permanente se não houver intervenção rápida”, alerta o especialista.
- Além disso, instala-se acidose metabólica mais intensa, com respiração rápida, confusão mental e fraqueza.
Até 48 horas – risco de falência múltipla e morte
- O ácido fórmico se acumula e atinge de forma agressiva o sistema nervoso central, podendo provocar convulsões, coma e arritmias cardíacas.
- Coração, pulmões e rins entram em colapso progressivo.
- “Passadas 48 horas sem atendimento adequado, a reversão dos danos é extremamente difícil. Cada hora conta para salvar vidas e prevenir cegueira”, reforça Dr. Faustino.
Por que o metanol engana o corpo?
- Metanol e etanol disputam a mesma enzima no fígado: a álcool desidrogenase.
- Diferença: etanol → acetaldeído → ácido acético (metabolizável); metanol → formaldeído → ácido fórmico (altamente tóxico).
- “O fígado, que normalmente nos protege, acaba se tornando uma biofábrica de veneno no caso do metanol”, resume Dr. Faustino.
Tratamento exige rapidez
Antídotos: fomepizol (inibe a enzima que inicia a metabolização tóxica) ou etanol (compete pela mesma via).
- Hemodiálise: remove rapidamente metanol e ácido fórmico.
- Bicarbonato de sódio: corrige acidose metabólica.
- Ácido folínico/fólico: acelera detoxificação do ácido fórmico.
Dr. Faustino reforça que a prevenção é essencial: “Evitar bebidas de procedência duvidosa é a melhor maneira de não passar por esse risco. E caso haja qualquer suspeita de ingestão, buscar atendimento médico imediato pode salvar a visão e a vida.”
Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde Alexandre Padilha, informou a instalação, em Brasília, de uma “sala de situação” para monitorar os casos crescentes de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica e coordenar as medidas a serem adotadas.
Já há casos sendo investigados em outros Estados. 6 em Pernambuco, 1 no Distrito Federal e 1 na Bahia.
Quem é Dr. Adriano Faustino
– Médico graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
– Especialista em Geriatria, Nutrologia (ABRAN), Medicina Funcional, Fisiologia Hormonal e Oncologia Integrativa;
– Título de Especialista em Medicina Legal e Perícias Médicas;
– Médico legista no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte;
– Coordenador do Ambulatório de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital Regional de Betim;
– Professor universitário nas áreas de Medicina Legal, Anatomia Médica, Primeiros Socorros e Legislação Médica;
– Professor de Pós-Graduação na Fundação Unimed e no Mestrado em Saúde da Faculdade de Direito Milton Campos (MG);
– Diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Longevidade (SBML) e da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade (SBEMO);
– Idealizador do Programa Saúde Máxima e do Protocolo de Medicina Investigativa, já ajudou milhares de pacientes a transformarem suas vidas com diagnósticos precisos e abordagens terapêuticas baseadas em ciência de ponta, estilo de vida, alimentação e intervenções personalizadas;
– Desenvolvedor do Protocolo C.A.U.S.A. – Câncer, Autocuidado, Unidade, Saúde e Ação;
– Pregador e professor de Escola Bíblica Dominical desde 2001;
– Autor do livro Cientificamente Divino – Princípios bíblicos e científicos para uma saúde máxima. |