O DIA DELAS
Diocese de Assis
Existem duas teorias perfeitas para nos relacionarmos com as mulheres. Mas nem uma, nem outra funcionam. Existem também duas metodologias ideais para conquistar definitivamente as mulheres, mas ninguém as conhece.
A irônica, mas quase real, introdução não é minha. Tomo-a emprestado de curioso e-mail que recebi do amigo e companheiro de missão José Fonseca, que também conclui: “as mulheres nunca entenderão os homens e os homens nunca entenderão as mulheres”. E assina como um ninguém de homem.
Ironia por ironia, nada como um dia atrás do outro, quando se diz que um é da caça e outro do caçador. Mas sejamos sensatos. No campo das relações entre um homem e uma mulher, mais que o sagrado vínculo do amor conjugal, o que se busca é o complemento de um e de outro, a tampa da panela, a panela da tampa. O amor pleno, total. “Feliz o homem que tem uma boa mulher, pois se duplicará o número de seus anos” (Eclo 26,1). Feliz foi o dia em que Deus se compadeceu da triste solidão de um homem no paraíso!
Então, qual o melhor dia para se homenageá-las? Ridículo é imaginar apenas um, quando suas valorosas e graciosas contribuições às beldades e alegrias da vida são fundamentais. Bem aventurado o homem que constrói sua história ao lado de uma companheira fiel, virtuosa, esposa ou mãe. Filho, respeita tua mãe, o vaso sagrado que te trouxe à luz. “Ai daquele que discute com quem o formou, vaso entre os vasilhames da terra” (Is 45,9). Pobre é filho sem mãe.
Já ao irmão compete a guarda de sua irmã. Dia e noite ele vela, protege, usa de sua força e astúcia para defender aquela que é pedaço de sua existência, carne de sua carne, fibras do próprio coração. Ai do irmão negligente e iníquo com sua própria casa, irmã ou mãe! É como aquele que entrega displicentemente seus bens e riquezas à maldade, à dissolução dos ímpios, malandros e inescrupulosos. Abre sua casa à pilhagem dos maus.
No entanto, que futuro espera um lar destroçado pela luxuria e malícia de seus pares? “Toda a malícia é leve, comparada com a malícia de uma mulher” (Eclo 25,26). Virtudes e maldades, atrativos e ciladas, beleza e bondade, são armas humanas no jogo da sedução, porém sempre mais poderosas e fatais quando usadas por uma mulher. Mas “a mulher santa e honesta é uma graça inestimável. Não há peso para pesar o valor de sua alma casta” (Eclo 26, 19-20).
Poderosas elas são. Repetidamente celebramos seu dia. Qualquer pretexto, qualquer evento, qualquer brisa de uma lembrança agradável, lá estão elas, como centro de nossas atenções. Pobres de nós, homens, cujas vidas parecem moldar-se às necessidades, alegrias, bem estar e segurança de nossas mulheres, sejam elas irmãs, filhas, netas, mãe ou esposa. Por elas vivemos. Por elas morremos. Essa é a guerra que dá sentido à vida, o maior de todos os embates sagrados, pois que constrói a unidade entre um homem e uma mulher, o vínculo mais sagrado e perfeito da natureza humana. Fora disso, tudo mais é anomalia.
Nessa batalha é que provamos o caráter, a hombridade e a intrepidez da luta pela sobrevivência no final da nossa história, o Dia D da vitória final que buscamos. O dia é delas, a vitória é nossa. Pois se é verdade que por uma mulher o pecado entrou no mundo, também é verdade que por outra entrou a salvação.
20 anos de Palavras de Esperança. Publicado em 07 de março de 2007.
WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]