Operação prende acusados de vender vagas em cursos de Medicina

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A Polícia Civil prendeu na manhã desta sexta-feira (12), em Presidente Prudente, quatro acusados de implementar um esquema de fraudes em vestibulares para cursos de Medicina, inclusive em Assis. Outros 13 envolvidos foram presos em mais cidades.

A polícia também apreendeu farta documentação, dinheiro e veículos usados pela quadrilha.

O Ministério Público conduziu a operação batizada de “Asclépio”, que resultou em prisões de 17 envolvidos, nas cidades de Andradina, Fernandópolis e São Paulo, além de Presidente Prudente.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações partiram de denúncia de um esquema de fraude no vestibular para Medicina da Fema – Fundação Educacional do Município de Assis – em abril de 2017, quando sua direção apurou que “terceiras pessoas” haviam se passado por cinco candidatos e feito as provas em seus lugares e comunicou a polícia.

Isso deu origem à operação que nesta data desarticulou o esquema e prendeu seus responsáveis.

Segundo o apurado pela polícia, os criminosos cobravam entre R$ 80 e R$ 120 mil por vaga, valores que podiam ser parcelados ou trocados por bens, como imóveis.

As investigações se estenderam a várias outras cidades onde funcionam cursos de Medicina, como Fernandópolis.

A operação mobilizou 350 policiais civis, que tiveram apoio de policiais de Minas Gerais e promotores de justiça do Estado de São Paulo.

Foram cumpridos 55 mandados de busca e apreensão – 13 em Presidente Prudente – e 17 de prisões temporárias.

Os homens presos foram encaminhados para a cadeia de Lutécia e as mulheres, à de Dracena.

A investigação apurou que pessoas com maior capacidade intelectual usavam documentos falsos para se passar pelos candidatos efetivamente inscritos, realizando as provas em seu lugar, mas depois eram eles (inscritos) que se matriculavam.

As investigações identificaram os alunos e os responsáveis pela ação fraudulenta, desvendando a existência de possível organização criminosa com atuação mais ampla, fora da comarca de Assis, segundo o Ministério Público Estadual (MPE).

“Os integrantes supostamente se dedicam a fraudar processos de transferência de alunos de uma faculdade para outra, sempre no curso de Medicina. Ainda segundo a apuração, o esquema não conta com a participação de pessoas ligadas à Fema”, explicou o MPE.

A operação contou com promotores de justiça de Assis, Fernandópolis, São José do Rio Preto e São Paulo, além de 22 delegados da Polícia Civil de Assis, Dracena e Presidente Prudente.

Em nota a Fema esclareceu que:

“A Fundação Educacional do Município de Assis (FEMA), que sempre teve suas atividades pautadas pela transparência e pela lisura, se manifesta sobre a operação Asclépio, da Polícia Civil, que investiga fraudes em vestibulares de Medicina no Brasil.
A FEMA esclarece, antes, que todo o processo do vestibular para o curso de Medicina da FEMA é organizado e aplicado por funcionários da Fundação Vunesp.
Sobre o processo de 2017, a FEMA descobriu inconsistências no reconhecimento dos candidatos, informou à Polícia e abriu, imediatamente, um processo administrativo interno para averiguação dos fatos.  Os envolvidos tiveram suas matrículas canceladas, reforçando o compromisso da instituição com os processos legais.
A FEMA reafirma sua transparência e ética em suas atividades e está à disposição da comunidade e da Polícia para mais esclarecimentos”.

Também a Universidade Brasil, de Fernandópolis, que teve funcionários acusados de envolvimento no esquema, se manifestou:

“A Instituição recebeu com surpresa e repúdio a informação do envolvimento de funcionários neste esquema e já abriu sindicância interna para apurar e chegar aos nomes dos responsáveis”.

“A Universidade Brasil, como vítima de toda essa história, também se coloca à disposição das autoridades para mais esclarecimentos e auxílio em toda a investigação”, esclareceu a instituição.

(Foto: Polícia Civil)

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