Outubro Rosa reforça a importância do diagnóstico precoce na luta contra o câncer de mama
Mastologista explica como hábitos de vida e acompanhamento médico regular são fundamentais para reduzir o impacto da doença mais comum entre as mulheres

O câncer de mama passa dos 74 mil casos todos os anos no Brasil, o que o mantém como o tipo de câncer mais diagnosticado em mulheres. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta o tamanho do impacto da doença e a necessidade de conscientização.
Mesmo com o avanço das campanhas de conscientização, ainda há pessoas que adiam a mamografia ou desconhecem a importância do acompanhamento regular. Segundo o Inca, mais de 74 mil novos casos de câncer de mama devem ser registrados no Brasil até o fim de 2025 – e boa parte deles poderia ser identificada mais cedo.
A boa notícia é que, quando o diagnóstico é feito precocemente, as chances de cura ultrapassam 99%. Para o mastologista Guilherme Novita, médico mastologista da Hapvida e presidente eleito da Sociedade Brasileira de Mastologia para o triênio 2026-2028, o principal desafio atualmente não é apenas o tratamento, mas a conscientização constante. “A maior parte dos casos ocorre em pessoas sem histórico familiar. Isso mostra que toda mulher precisa de acompanhamento, independentemente dos antecedentes genéticos”, destaca o especialista.
Fatores genéticos e estilo de vida caminham juntos
O câncer de mama é uma doença multifatorial, resultado da combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais. “Cerca de 20% dos casos têm origem hereditária, mas a maioria está relacionada a fatores hormonais e de estilo de vida”, explica Novita.
Entre os elementos que podem elevar o risco estão menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos), menopausa tardia, gravidez após os 30 anos, ausência de amamentação, excesso de peso após a menopausa e o uso de hormônios sem orientação médica. O consumo frequente de bebidas alcoólicas também está associado a maior incidência da doença.
“Esses fatores não devem ser encarados com culpa, mas como pontos de atenção. O foco deve estar em manter hábitos equilibrados e realizar os exames preventivos regularmente”, reforça o médico da Hapvida.
Longevidade exige mais atenção à saúde
O câncer de mama é mais comum a partir dos 50 anos, quando o corpo já passou por longos períodos de exposição hormonal. “O aumento da expectativa de vida faz com que o câncer seja mais diagnosticado. Em locais onde as pessoas vivem mais, é natural que a incidência também seja maior”, explica Novita.
O especialista acrescenta que o estilo de vida moderno também influencia: “Hoje, as mulheres têm filhos mais tarde, usam mais hormônios e estão expostas a uma rotina mais intensa. Esses fatores ajudam a entender o aumento dos casos, mas reforçam também a importância da prevenção e do autocuidado”.
Mamografia é o principal aliado
Nos estágios iniciais, a maioria dos casos não apresenta sintomas, o que torna a mamografia anual essencial a partir dos 40 anos.
“O exame é capaz de identificar tumores milimétricos, invisíveis ao toque. Quando o câncer já é palpável, ele costuma estar em estágio mais avançado, e as chances de cura diminuem”, alerta o mastologista.
Entre os sinais que merecem atenção estão nódulos, retração da pele, inflamação, dor localizada e secreção pelo mamilo. “Qualquer alteração deve ser avaliada por um médico. O diagnóstico precoce é sempre o melhor caminho”, ressalta.
Prevenção é um hábito diário
“Ter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas, evitar o consumo excessivo de álcool e manter o peso adequado são atitudes simples que reduzem o risco e aumentam a qualidade de vida”, afirma Novita. Para ele, o Outubro Rosa é um lembrete anual de algo que deve ser constante: “O medo do câncer não pode ser maior do que o cuidado com a própria saúde”.
Próteses de silicone e o risco da doença
O especialista esclarece uma dúvida comum: as próteses de silicone não aumentam o risco de câncer de mama. “O que ocorreu no passado foi a identificação de um tipo raro de linfoma, chamado linfoma anaplásico de grandes células, associado a um modelo específico de prótese. É uma ocorrência extremamente rara e não há motivo para preocupação ou retirada preventiva das próteses”, explica.
Avanços no tratamento
Os tratamentos atuais são cada vez mais personalizados e menos agressivos. “Hoje, conseguimos realizar cirurgias conservadoras, retirando apenas o tumor e preservando a mama. A radioterapia e as terapias medicamentosas, como quimioterapia, terapia hormonal, terapias-alvo e imunoterapia, complementam o tratamento de forma eficaz”, explica o médico.
Esses avanços, aliados ao diagnóstico precoce, transformaram o câncer de mama em uma doença altamente tratável e com prognóstico favorável.
Sobre a Hapvida
Com 80 anos de experiência, a Hapvida é hoje a maior empresa de saúde integrada da América Latina. A companhia, que possui mais de 73 mil colaboradores, atende quase 16 milhões de beneficiários de saúde e odontologia espalhados pelas cinco regiões do Brasil.
Todo o aparato foi construído a partir de uma visão voltada ao cuidado de ponta a ponta, a partir de 86 hospitais, 80 prontos atendimentos, 365 clínicas médicas e 301 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial, além de unidades especificamente voltadas ao cuidado preventivo e crônico. Dessa combinação de negócios, apoiada em qualidade médica e inovação, resulta uma empresa com os melhores recursos humanos e tecnológicos para os seus clientes.







