1

O ROSTO SEM MÁSCARAS

 

            Máscaras existem de todas as formas, cores e para todo gosto. Máscaras usamos, às vezes até inconscientemente. Difícil mesmo é encontrar alguém de cara limpa, cabeça erguida e sorriso meigo, sem as marcas do dia a dia, dos desafios que enfrenta para se manter vivo, sobreviver a tudo e a todos. As rugas são marcas das rusgas que a vida nos apresenta cotidianamente. Dessas ninguém escapa.

Nem por isso vamos entregar os pontos e vestir a carapuça que nos cabe, sem ao menos ampliar nossa visão para as razões desse embate cotidiano, esse encontro constante com as arestas da nossa própria fragilidade. Ou seja: aqui estamos para provar nossa capacidade de ação, buscando aprimorar nossos conhecimentos, ampliar nossas conquistas e valorizar nossas relações pessoais. A religião diz ser esta a luta do homem consigo mesmo, para melhor compreensão de sua verdade e maior distinção entre o bem e o mal, o que é certo ou errado, o que lhe oferece paz de espírito e o que contraria sua harmonia espiritual ou dificulta suas relações interpessoais. Cara limpa, rosto sem máscaras, espírito sereno só é possível quando confrontamos nossos falsetes com a força interior que se debate dentro de nós, nossa alma.

Essa não usa máscaras. Nem subterfúgios, pois sua única e maior aspiração é se libertar um dia, gloriosa, vencedora, purificada, para tão somente contemplar, ao vivo, o rosto sereno e glorioso do seu Criador. Acontece que, fazendo uso crescente e habitual de nossas máscaras, acabamos por atrofiar e tornar quase impossível esse desejo de purificação que todo e qualquer ser humano tem dentro de si. Perdemos a possibilidade de nos assentarmos ao lado de Cristo na Ceia da Redenção, o banquete da glorificação do qual nos fala a fé cristã.

Nesta ceia cairão por terra nossas máscaras e apresentaremos a Deus nossa face verdadeira, real, sem subterfúgios. Será o confronto da nossa verdade com a Verdade de Deus. Único momento em que o Bem e o Mal medirão realmente forças para um veredicto final sobre o quadro que pintamos em vida. Pois toda vida é uma obra de arte; nós os artistas.

Construo essa ponte metafórica baseado na história que circunda um famoso quadro da arte humana: A Última Ceia, de Da Vinci. Dizem os historiadores que, ao pintar o rosto de Cristo, o artista buscou seu modelo nas faces dos transeuntes que cruzavam seu caminho. Foi longa sua busca, pois teria que ser um rosto sereno, sem máscaras, idealista, sonhador, intrépido, respeitoso, alegre e possuidor de tantas outras qualidades que emanam do rosto de Jesus. A jovialidade e autenticidade de um jovem altruísta e respeitado por todos, foi o que mais se aproximou do modelo que buscava. Serviu de inspiração para pintar o rosto do Mestre, síntese perfeita de todo Bem.

Mas o artista não conseguia concluir sua obra. Faltava-lhe agora um modelo para personificar o rosto de Judas, símbolo de todo Mal. Teria que ser alguém bem falso, medíocre, cujas rugas denunciassem de imediato a maldade alojada em seu coração. Três anos se passaram e, quando quase desistia de sua obra, eis que encontra o modelo: um andarilho torpe, dado aos vícios, aos furtos e à embriaguez, jogado nos becos como farrapo humano, rejeitado e odiado por todos. Por trocados, aceitou ser o modelo.

Diante do quadro, o andarilho se reconheceu no rosto de Cristo. Há três anos passados havia sido ele o modelo para o artista… Provou que o Bem e o Mal têm a mesma face. Essa é a lição: às vezes pensamos personificar a imagem de Cristo – e realmente a irradiamos – quando lançamos fora nossas máscaras. Mas isso não nos impede de traí-lo logo a seguir. O que nos consola é que podemos reverter esse processo sempre que um olhar mais atento para nossas fragilidades refletir em nós o rosto sereno de Cristo. Cuide-se e sorria, pois a misericórdia do Pai é maior.

WAGNER PEDRO MENEZES [email protected]




ESPAÇO ESPÍRITA

                               

És filho de Deus e fazes parte da vida que pulsa no Universo.

Coloca tua mente acima das dores que te ferem o coração.

Se fatigado, descansa na prece, onde poderás aurir energias novas.

Confia no Pai e segue para frente sem medo.

No final, tudo passa, restando sempre as bênçãos do Mais Alto, que nos envolvem agora e por toda a imortalidade.

SCHEILLA

Do livro “A Mensagem do Dia” – Psicografia: Clayton Levy – Editora Allan Kardec

USE  INTERMUNICIPAL  DE  ASSIS

ÓRGÃO  DA  UNIÃO  DAS  SOCIEDADES  ESPÍRITAS  DO  ESTADO  DE  SÃO  PAULO




AGRONEGÓCIOS

TRIGO/CEPEA

As importações brasileiras de trigo seguem aquecidas, mesmo diante do dólar em patamar elevado. Segundo dados da Secex, compilados e analisados pelo Cepea, chegaram aos portos nacionais 520,9 mil toneladas do cereal em dezembro/24, o maior volume para o mês desde 2019. Assim, no acumulado de 2024, o total importado somou 6,65 milhões de toneladas de trigo, contra 4,18 milhões de toneladas em 2023 e a maior quantidade desde 2018.

 

PRODUÇÃO DE ETANOL

Na segunda quinzena de dezembro, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 1,73 milhão de toneladas ante a 4,92 milhões da safra 2023/2024 – o que representa queda de 64,86%. No acumulado da safra 2024/2025 até 1° de janeiro, a moagem atingiu 613,6 milhões de toneladas, ante 644,2 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo anterior – queda de 4,75%. Operaram na segunda parte de dezembro 59 unidades produtoras, sendo 43 unidades com processamento de cana, 10 empresas que fabricam etanol a partir do milho e seis usinas flex.

 

PAGAMENTO CRÉDITOS DE CARBONO

A Lei 15.082/24, sancionada em dezembro de 2024, trouxe mudanças significativas para o setor de biocombustíveis no Brasil. A principal novidade é a garantia de participação dos produtores de cana-de-açúcar nas receitas obtidas com a comercialização dos Créditos de Descarbonização (CBios) — além de produtores independentes de matéria-prima destinada à produção de biocombustível. “A promulgação de uma lei como essa é de extrema importância ao produtor de cana-de-açúcar e demonstra o reconhecimento de seu empenho na produção de etanol por meio de práticas sustentáveis…”, afirmou Tirso Meirelles, presidente do Sistema Faesp/Senar-SP.

 

BALANÇA COMERCIAL: SÃO PAULO

O agronegócio do estado de São Paulo alcançou novos patamares históricos em 2024, destacando-se pelo recorde no valor das exportações e no saldo da balança comercial. O setor exportou um total de R$184,7 bilhões, representando um aumento de 6,8% em comparação com o ano anterior. Já as importações totalizaram US$34 bilhões, um incremento de 11,9%. Com isso, o superávit da balança comercial do agronegócio paulista atingiu R$150 bilhões, um crescimento de 5,8% em relação a 2023.

 

EXPORTAÇÕES DE FRUTAS

As exportações brasileiras de frutas, cascas de frutos cítricos e de melões registraram bons resultados em 2024, apesar dos entraves produtivos de algumas culturas. Segundo o Comex Stat, o volume exportado foi de 1,03 milhão de toneladas, queda de apenas 1% frente ao ano passado. A receita foi de US$ 1,21 bilhão (FOB), leve recuo também de 1%. As culturas que mais ajudaram neste desempenho foram: manga, sendo responsável por 29% do ganho gerado em 2024; limões e limas, com 16%; e melão, com 15%.

 

SAFRA DE GRÃOS 2024/25

Os agricultores brasileiros deverão colher 322,3 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25. O resultado equivale a um crescimento de 8,2% frente à produção da safra anterior, ou seja, 24,5 milhões de toneladas a mais a serem colhidas. A nova estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mantém a previsão de recorde na produção na série histórica, caso o resultado se confirme.

 

SUCO DE LARANJA

As exportações de suco de laranja (FCOJ equivalente a 66 Brix) somaram US$ 850,4 milhões no acumulado de julho a setembro de 2024, período que representa o primeiro trimestre da safra 2024/2025. O valor representa uma alta de 43,23% em relação ao mesmo período da safra anterior, quando as receitas fecharam em US$ 593,7 milhões. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior, compilados pela CitrusBR. Os principais mercados são: Europa, Estados Unidos, Japão, e China.

 

CALENDÁRIO AGRÍCOLA JANEIRO 2025

Plantío: sudeste: algodão, feijão (2ª safra) e milho (2ª safra). Colheita: amendoim (1ª safra), feijão (1ª safra) e soja. Datas comemorativas: 16 – Dia dos Cortadores de Cana-de-açúcar; 31 – Dia do Engenheiro Ambiental; 31 – Dia Nacional das Reservas Particulares de Patrimônio Natural. (Fonte: produzindocerto.com.br/calendario-do-agro-janeiro-2025/.

(Com informações de assessorias)

 

Mauricio Picazo Galhardo é Jornalista




Repasses do Bolsa Família chegam a 20,4 milhões de famílias a partir desta segunda 

 

As 20,4 milhões de famílias atendidas pelo Bolsa Família recebem o primeiro repasse de 2025 a partir desta segunda-feira, 20 de janeiro. O cronograma de pagamentos leva em conta o final do Número de Identificação Social (NIS) e segue até o dia 31 (confira abaixo). Com valor médio de R$ 673, o investimento do Governo Federal é de R$ 13,8 bilhões neste mês e chega aos 5.570 municípios brasileiros.

Dentro da cesta de benefícios adicionais incluídos a partir da renovação do programa em 2023, 9,1 milhões de crianças de zero a seis anos recebem o Benefício Primeira Infância, um adicional de R$ 150 repassado a cada integrante do núcleo familiar dos beneficiários nessa faixa etária, a partir de um investimento de R$ 1,3 bilhão.

Outros três benefícios, todos de R$ 50 adicionais, chegam a 1 milhão de gestantes, 381 mil nutrizes (em fase de amamentação) e 14,7 milhões de crianças e adolescentes entre sete e 18 anos. O valor somado para saldar esses três benefícios é de R$ 67 milhões.

 

FAMÍLIAS ATENDIDAS – Na divisão por estados, a Bahia concentra o maior número de famílias atendidas em janeiro de 2025. São 2,46 milhões, a partir de um investimento federal de R$ 1,6 bilhão. Na sequência aparecem São Paulo (2,44 milhões de famílias), Rio de Janeiro (1,58 milhão), Pernambuco (1,57 milhão) e Ceará (1,45 milhão).

PÚBLICO PRIORITÁRIO – Como de praxe no Bolsa Família, 83% dos responsáveis familiares dos beneficiários em janeiro são mulheres. No público prioritário do programa, há 239 mil famílias com pessoas indígenas, 277 mil com quilombolas, 378 mil são famílias com pessoas catadoras de material reciclável. Outras 236 mil famílias são pessoas em situação de rua.

VALOR MÉDIO – No recorte por valor médio de repasse, o município de Uiramutã, em Roraima, com 2.276 famílias atendidas, é o que tem o maior registro: R$ 1.020. Na sequência aparecem Campinápolis (MT), com R$ 920, Santo Antônio do Icá (AM), com R$ 894, Jordão (AC), com R$ 884 e Santa Rosa do Purus (AC), com R$ 883.

UNIFICADO – Em 649 municípios brasileiros, o pagamento do Bolsa Família em janeiro será unificado nesta segunda-feira. São municípios incluídos nas ações de enfrentamento a desastres, motivadas tanto por efeitos de enchentes e inundações quanto por seca e estiagem. A lista inclui os 62 municípios do Amazonas, os 497 do Rio Grande do Sul e os 52 de Rondônia.

ELEIÇÕES – Seguindo regras previstas para acesso ao programa de transferência de renda, o primeiro pagamento de 2025 do Bolsa Família retirou da lista de contemplados 1.199 candidatos eleitos nas eleições municipais de 2024. A instrução normativa foi publicada no Diário Oficial da União da última sexta-feira, 17 de janeiro.

REGIÕES – Na divisão por regiões, a maior quantidade de famílias contempladas está no Nordeste, com 9,3 milhões, a partir de um repasse de R$ 6,2 bilhões e R$ 671 de valor médio. Em seguida aparecem a região Sudeste, com 5,9 milhões de beneficiários, a Norte (2,6 milhões), Sul (1,4 milhão) e Centro-Oeste (1,1 milhão).




“Assassinato de delegado à luz do dia revela vulnerabilidade de toda a sociedade”, diz Sindpesp

 

O assassinato do delegado de Polícia Josenildo Belarmino de Moura Junior, na zona sul de São Paulo-SP, em plena luz do dia, na terça-feira (14/1), causou comoção diante da covardia com que o crime foi cometido. Ao mesmo tempo, revela o quão vulnerável toda a sociedade está diante da criminalidade, e a necessidade de o Governo do Estado valorizar seus policiais e trabalhar para resguardar suas vidas. O alerta é do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp).

Josenildo foi morto a tiros, pelas costas, durante assalto, na Chácara Santo Antônio. Numa moto, o bandido, disfarçado de entregador de comida por delivery, levou a arma e o celular da vítima. Há dois meses, o delegado de 32 anos havia concluído o curso técnico-profissional na Academia de Polícia “Doutor Coriolano Nogueira Cobra”, a Acadepol, e, desde então, trabalhava no 11° Distrito Policial (DP) – localizado no mesmo bairro onde ocorreu o latrocínio.

A presidente do Sindpesp, delegada Jacqueline Valadares, chama a atenção para a alta exposição à violência a que estão sujeitos os policiais civis de São Paulo, enquanto fazem valer o juramento firmado em formação – o de servir e proteger a população, 24 horas por dia:

“O simples fato de ser policial já faz da pessoa um alvo em potencial. Um cidadão comum, quando é assaltado, tem seu bem subtraído – o que já é lamentável, odioso e absurdo! O policial, caso identificado, tem grande probabilidade de, ainda, perder a vida – o que pode ter acontecido com Josenildo. Na hora em que o bandido pediu o celular e enxergou a arma do delegado na cintura, deve ter concluído que se tratava de um policial. E isso, para nós, é sentença de morte”, reforça Jacqueline.

A criminalidade em alta, não de hoje, em território bandeirante, sobretudo quanto ao furto e ao roubo de celular e o fortalecimento de facções, aflige o paulista, mas, também, os policiais, como bem lembra a presidente do Sindpesp:

“Em São Paulo, enfrentamos organizações criminosas das mais perigosas, o que torna nosso trabalho ainda mais arriscado. O Estado precisa ter um olhar para isto e valorizar os profissionais de Segurança na prática, e não apenas em discurso. Só assim nos sentiremos mais protegidos e respaldados, e teremos resultados mais efetivos”.

Um dos piores salários do País

Hoje, os delegados paulistas estão entre os que recebem os piores salários do Brasil. O Estado governado por Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) ocupa a 22ª colocação entre todas as unidades da federação. Os baixos salários, aliado ao alto custo de vida e aos riscos criminais, levam à constante saída de delegados de São Paulo para regiões com melhores vencimentos:

“Por perder policiais de forma constante pelo baixo salário, a Polícia Civil, neste momento, tem déficit de mais de 14 mil profissionais, o que traz sobrecarga de trabalho aos ativos e resulta na impossibilidade de se dar a atenção devida às milhares de investigações em andamento”.

O último reajuste, e único, no atual mandato (2023/2026) foi concedido dois anos atrás, sendo insuficiente sequer para recompor as perdas inflacionárias das últimas décadas e, muito menos, para conter a evasão.

O delegado assassinado na Chácara Santo Antônio, dias atrás, por exemplo, estava prestes a pedir exoneração em São Paulo para assumir o mesmo cargo em Pernambuco – sua terra natal e onde o holerite é mais vantajoso:

“Iríamos perder mais um delegado para um outro Estado que tem plano de carreira melhor e remuneração superior a de São Paulo, só que, infelizmente, antes, perdemos o colega para a violência. Este assassinato, inclusive, deixou os policiais civis paulistas reflexivos. Afinal, um Estado da envergadura econômica de São Paulo, onde os riscos criminais são mais graves em comparação à maioria dos outros, poderia e deveria ter postura prática e efetiva de valorização de seus policiais”, complementa Jacqueline.

Formação

Além do pleito à gestão Tarcísio pela valorização da Polícia Civil, o Sindpesp vai sugerir à Acadepol cursos táticos constantes para todo o expediente da instituição, com direito a aumento da carga horária, visando o aperfeiçoamento quanto à prevenção / reação em situação de perigo.

 




Reforma Agrária: ato realizado em Tremembé reforça luta por direitos no campo

 

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, segue acompanhando os desdobramentos do atentado contra o Assentamento Olga Benário, ocorrido na última sexta-feira (10), em Tremembé no interior de São Paulo.

Teixeira participou, na manhã deste sábado (18), em Tremembé, do ato Por Reforma Agrária, Vida e Justiça, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reivindicando celeridade na investigação do crime que resultou nos óbitos de Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, e deixando outros seis assentados feridos, um deles gravemente.

O ministro cobrou novamente o esclarecimento do crime pelas autoridades e reforçou o compromisso do Governo Federal em seguir trabalhando para combater a impunidade garantindo a responsabilização dos envolvidos. “Nós esperamos esclarecimentos da polícia. A sociedade brasileira não aceitará nada que não esclareça 25 pessoas cometerem um crime dessa natureza, e sabemos que muitas entidades também irão acompanhar para saber a autoria desse crime”, destacou. “A prisão desses autores vai servir para dizer ao Brasil que a reforma agraria está sendo feita e não aceitaremos qualquer resistência a ela”, completou.

Na ocasião, Teixeira também deu detalhes sobre o encontro que teve esta semana com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para discutir a adoção de medidas protetivas aos assentados. Ele adiantou que Lewandowski irá acionar a Polícia Federal para que acompanhe um grupo específico de combate à violência no campo. “Nós queremos aperfeiçoar os mecanismos de defesa dos assentados enquanto estiverem sendo ameaçados, além de ter maior capacidade preventiva e uma reação do Estado brasileiro para impedir ações como essa”, disse.

Após o ato, o ministro, o presidente do Incra, César Aldrighi, e a superintendente do Incra em São Paulo, Sabrina Diniz, se reuniram com os delegados da Polícia Civil, Marcos Ricardo Parra, Vinícius Garcia Vieira e Múcio Mattos Monteiro de Alvarenga, para verificar o andamento das investigações.

Assentamento Olga Benário

Criado há 19 anos, o assentamento Olga Benário tem cerca de 50 famílias que trabalham com agricultura familiar diversificada, produzindo mandioca, cana de açúcar, hortaliças, pecuária e alimentos para o mercado local e para subsistência. A produção agroecológica é destaque, com Sistemas Agroflorestais que integram hortaliças, árvores frutíferas e práticas como coleta de sementes florestais e adubação verde.

Sobre o crime

O ataque aconteceu por volta das 21h de sexta-feira passada (10), quando um grupo de homens armados invadiu o assentamento e atirou contra os moradores. O suspeito de chefiar o ataque, Antônio Martins, conhecido como “Nero do piseiro”, foi detido no sábado (11) após ser reconhecido por testemunhas. Ele passou por audiência de custódia e a Justiça decidiu mantê-lo preso por 30 dias. A polícia está à procura de outros envolvidos e já pediu a prisão de um segundo suspeito, Ítalo Rodrigues da Silva. A Justiça de São Paulo autorizou sua prisão temporária, mas o homem segue foragido.

Foto: Lucas Martins




CDHU prorroga campanha de regularização de dívidas até 31 de março

 

 

Foto: Fernando Lambert

A Campanha de Regularização de Contratos 2024 lançada pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) foi prorrogada até o dia 31 de março de 2025. Portanto, mutuários que precisam regularizar suas pendências financeiras nos seus contratos têm até o esta data para aproveitar as facilidades que a campanha oferece.

A iniciativa, que teve inicio em novembro, tem objetivo de reduzir a inadimplência e regularizar as prestações em atraso do financiamento habitacional realizado pela Companhia.

Para os acordos e alterações processuais, não haverá incidência de juros de mora ou de multa por atraso. O pagamento dos débitos atualizados será parcelado até o final do prazo remanescente dos contratos, sem aplicação de juros remuneratórios. Será necessário o pagamento de uma entrada mínima, de acordo com o tamanho do atraso:

– Atraso de até duas mensalidades, o débito deverá ser quitado à vista;
– Nos contratos ativos com três a 24 atrasos sem acordo prévio, deverá ser paga uma prestação de entrada;
– Mutuários com atrasos de três a 24 parcelas, mas que já tenham realizado acordo e descumprido, deverão pagar duas prestações de entrada;
– Para situações com mais de 24 parcelas em atraso-, a entrada será de três prestações.

Em todos os casos, a entrada poderá ser substituída pelo valor de 5% do total da dívida, prevalecendo o que for menor. Também será possível optar pelo pagamento à vista, sem incidência de juros ou multa.

Após o término da campanha, as regras para acordo voltam ao praticado regularmente pela Companhia: o valor de entrada corresponde a 10% do valor da dívida, além da incidência de juros e multa por atraso, conforme as cláusulas contratuais.

Outra novidade importante é a possibilidade de o mutuário fazer a portabilidade para as regras atuais de financiamento da CDHU, que estipulam o teto de 20% da renda familiar para as parcelas mensais, além de estipular juros zero para as famílias com renda de até cinco salários mínimos.

A campanha também é uma boa oportunidade para regularizar a situação de transferências não formalizadas junto à CDHU. Pessoas com contratos de gaveta deverão apresentar toda a documentação que comprove o direito à posse do imóvel. Após esse processo, serão aplicadas as regras atuais de financiamento da CDHU, com teto de 20% da renda salarial e sem juros, até o prazo remanescente do contrato.

Há também a possibilidade de acordos para situações específicas e menos recorrentes, como refinanciamento de contratos encerrados com débitos, situações judicializadas ou levadas a Centros Judiciários de Solução de Conflitos (CEJUSC), novação de dívidas e conversão de contratos especiais.

Os mutuários com pendências estão recebendo uma carta boleto informando sobre a campanha e já com o melhor valor de acordo para cada situação. Ao pagar o boleto recebido, automaticamente o contrato é convertido para as regras do acordo. Os moradores podem conferir a autenticidade do boleto no validador disponibilizado no site da CDHU.

Outra possibilidade é que o interessado acesse, proativamente, o site da Companhia diretamente no link: cdhu.sp.gov.br/acordoespecial. Ao preencher as informações do contrato, o sistema irá apresentar, automaticamente, a situação mais vantajosa para o cidadão, de acordo com a característica da dívida. Em caso de dúvidas, o interessado pode ligar para o Alô CDHU (0800 000 2348) ou ir diretamente aos postos de atendimento na capital ou nas gerências regionais. A lista de endereços está disponível no link: https://www.cdhu.sp.gov.br/postos-de-atendimento

 

 




Diagnóstico da obesidade deverá ter novos parâmetros a partir de 2025

 

 

Conforme especialistas vêm defendendo há muitos anos, incluindo cirurgiões da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) o Índice de Massa Corporal (IMC) não será mais o único parâmetro utilizado para a definição de obesidade.

Acabou de ser publicado, nesta terça-feira (14), o resultado do trabalho de uma comissão formada por 58 especialistas de todo o mundo que atuam no tratamento da obesidade, incluindo dois pacientes. Entre os integrantes da comissão está o ex-presidente da SBCBM e atual presidente da Federação Internacional de Cirurgia para a Obesidade (IFSO), Ricardo Cohen.

Com o apoio da revista científica The Lancet, foram propostas novas diretrizes para diagnosticar a obesidade, reconhecendo-a como uma doença crônica e contínua, e não apenas como um fator de risco para outras doenças relacionadas ao excesso de gordura, como diabetes e hipertensão. Os especialistas chegaram a 18 sinais e sintomas capazes de indicar quando a obesidade é doença em adultos — e outros 13 em crianças e adolescentes.

A publicação da Lancet Diabetes & Endocrinology Commission distingue também obesidade clínica da obesidade pré-clínica, conforme a presença ou ausência de manifestações clínicas objetivas de disfunção orgânica. O diagnóstico clínico requer um ou ambos os seguintes critérios principais: evidência de função reduzida de órgãos ou tecidos devido à obesidade (ou seja, sinais, sintomas ou testes diagnósticos mostrando anormalidades na função de um ou mais sistemas de tecidos ou órgãos); ou limitações substanciais, ajustadas por idade, nas atividades diárias, refletindo o efeito específico da obesidade na mobilidade, em outras atividades básicas da vida diária (por exemplo, banho, vestimenta, higiene, continência e alimentação), ou ambos.

O grupo utilizou o método Delphi para alcançar consenso sobre critérios diagnósticos, enfatizando a necessidade de confirmar o excesso de gordura além do IMC e considerando limitações nas atividades diárias.

O documento traz recomendações para clínicos e formuladores de políticas públicas, focando na prevenção e tratamento baseado em evidências.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Juliano Canavarros, a redefinição proposta é um divisor de águas na compreensão e no manejo da obesidade, já que diferenciando obesidade pré-clínica e obesidade clínica, os novos critérios reconhecem que o excesso de adiposidade pode se manifestar de formas distintas, ora como um fator de risco, ora como uma condição de doença estabelecida.

“A Obesidade Pré-Clínica define o excesso de gordura corporal sem evidências de disfunção orgânica, mas com risco aumentado de progressão para doenças crônicas. Já a Obesidade Clínica caracteriza-a como uma doença sistêmica crônica, com disfunções funcionais em órgãos e tecidos, incluindo alterações metabólicas, cardiovasculares e estruturais”, afirma Canavarros.

Para ele, os novos critérios de avaliação têm vantagens como, a inclusão de métodos como circunferência abdominal, razão cintura-quadril e medidas diretas de adiposidade, como o DEXA, que permitem uma avaliação mais fidedigna do impacto da obesidade na saúde.

“Essa abordagem evita tanto o subdiagnóstico (em pessoas com IMC normal e alta adiposidade) quanto o sobrediagnóstico (em atletas com alta massa muscular). Também reconhece a obesidade clínica como uma doença baseada em alterações funcionais objetivas baseada em evidências e não apenas no peso, promovendo um cuidado mais centrado no indivíduo e alinhado com os princípios da medicina personalizada, para reverter disfunções e melhorar a qualidade de vida. Já na Obesidade Pré-Clínica permite a implementação de estratégias de monitoramento, aconselhamento e intervenções preventivas para evitar a progressão da doença”, destaca Canavarros.

Políticas públicas baseadas em evidências

Outro benefício da nova definição é que ela combate a ideia de que a obesidade é apenas uma falha de comportamento ou estilo de vida, reconhecendo-a como uma doença multifatorial e sistêmica, promove-se um cuidado mais humanizado, com redução do estigma associado à condição.

“Esses avanços representam uma oportunidade para transformarmos a forma como abordamos a obesidade em nossos sistemas de saúde. Na SBCBM, acreditamos que a integração desses novos critérios fortalecerá ainda mais as abordagens multidisciplinares que sustentam a cirurgia bariátrica e metabólica e estamos comprometidos em liderar esforços para disseminar essas diretrizes no Brasil, colaborando com médicos, gestores de saúde e pacientes para promover mudanças significativas em nosso sistema de saúde, completa Canavarros afirmando que a SBCBM apoia esses avanços e reafirma seu compromisso com a excelência no cuidado de pessoas que vivem com obesidade.

Confira os 18 sinais da obesidade clínica em adultos:

1. Dores de cabeça recorrentes e perda de visão. Às vezes, têm a ver com a pressão intracraniana aumentada.

2. Apneia do sono. Quando você se deita e dorme, a gordura em excesso no abdômen e na garganta faz o ar ter encontrar resistência para passar. A respiração sofre breves (e ruidosas) interrupções.

3. Falta de ar. Ela mostra que os pulmões e o músculo da respiração, que é o diafragma, têm dificuldade para se expandir.

4. Insuficiência cardíaca de fração reduzida: o coração não se contrai direito para bombear o sangue.

5. Fadiga e inchaço nas pernas. Esses sintomas podem indicar outro tipo de insuficiência cardíaca, a de fração preservada. Nela, o coração não relaxa direito. O bombeamento do sangue também fica prejudicado.

6. Palpitações e ritmo cardíaco irregular. São sinais de arritmias.

7. Hipertensão pulmonar: quando sobe demais a pressão da artéria que leva o sangue do coração até os pulmões para ser oxigenado.

8. Trombose venosa: quando surgem coágulos nas veias das peras.

9. Hipertensão. Isto é, pressão sanguínea acima dos valores saudáveis.

10. Alterações metabólicas: quando o exame de sangue acusa

11. Aumento do colesterol LDL ou dos triglicérides ou, ainda, dos níveis de glicose, por exemplo.

12. Doença hepática gordurosa: quando exames de imagem

encontram gordura infiltrada no fígado, o que é capaz de inflamá-lo.

13. Excesso da proteína albumina na urina: este é um dos sintomas de rins que não estão funcionando a contento.

14. Escapes de xixi: se os episódios de incontinência urinária se tornam frequentes.

15. Menstruação irregular, falta de ovulação e síndrome dos ovários policísticos: são sinais de problemas reprodutivos em mulheres.

16. Deficiência de testosterona nos homens e baixa produção de espermatozoides: indicam problemas reprodutivos no público masculino.

17. Dores nos joelhos e/ou na bacia. Elas acusam problemas articulares.

18. Linfedema. Ele causa inchaços e dores crônicas.

19. Limitações em atividades básicas do dia a dia: se a falta de mobilidade dificulta tarefas como tomar banho, vestir-se e outras.

Nas crianças e nos adolescentes, vale lembrar, são 13 critérios, muitos deles em comum com a lista dos adultos.

 

 




Governo Federal regulamenta uso da força policial e cria núcleo de combate ao crime organizado

 

O MJSP também anunciou o investimento de cerca de R$ 120 milhões na aquisição de instrumentos de menor potencial ofensivo, incluindo 249 mil espargidores de pimenta e 22.736 armas de incapacitação neuromuscular – Foto: Jamile Ferraris/MJSP

Duas portarias que regulam o decreto sobre o uso da força pelos agentes foram assinadas nesta sexta-feira, 17 de janeiro, pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Uma delas estabelece diretrizes para orientar a atuação desses profissionais durante abordagens policiais e a outra cria o Comitê Nacional de Monitoramento do Uso da Força. As diretrizes se aplicam aos integrantes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Penal, da Força Nacional e da Força Penal Nacional. Lewandowski também assinou a portaria que cria o Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado.

Na ocasião, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) também anunciou o investimento de cerca de R$ 120 milhões na aquisição de instrumentos de menor potencial ofensivo, incluindo 249 mil espargidores de pimenta e 22.736 armas de incapacitação neuromuscular — o que suprirá mais de 50% das necessidades das forças de segurança. A pasta também oferecerá cursos de capacitação para formar cerca de 4,5 mil profissionais multiplicadores, que participarão de 110 edições de treinamentos em 2025 e em 2026. Essas iniciativas vão aprimorar o uso adequado desses dispositivos.

Lewandowski destacou, durante a cerimônia de assinatura, no Palácio da Justiça, a importância das portarias para a construção de um sistema de segurança pública alinhado ao Estado Democrático de Direito. “Essa medida representa um passo significativo na estruturação de um sistema nacional de segurança pública que protege tanto os profissionais quanto a sociedade”, disse. Na avaliação do ministro, o regulamento, que foi amplamente discutido com todos os integrantes do sistema, leva segurança jurídica aos profissionais.

Ele ainda reforçou a centralidade do respeito à vida humana na nova portaria. “O primeiro direito de todo cidadão é o direito à vida — seja um cidadão de bem ou alguém que tenha cometido um crime, ainda que grave”, afirmou.

A Universidade de São Paulo (USP), contratada pelo MJSP para fazer consultoria na área, concluiu que a implementação das novas diretrizes e do uso de tecnologias de menor potencial ofensivo nas forças de segurança em nível nacional significará maior proteção para os agentes. “Essa portaria não é contra os policiais; pelo contrário, ela oferece firmeza e respaldo para suas ações, garantindo que sejam conduzidas com legalidade, proporcionalidade e respeito aos direitos humanos.” A expectativa é que, nos próximos dois anos, a maioria das unidades da Federação esteja alinhada ao novo padrão.

O secretário Nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, complementou que a ideia do MJSP é proteger a vida dos policiais e da população, bem como estabelecer regras claras para os policiais. “Trazendo aos agentes a segurança necessária, para uma abordagem ou uma ação, e, mais do que isso, trazendo a esses policiais a necessária segurança jurídica para utilizarem a força, à medida que ela seja efetivamente necessária”, disse.

Na mesma cerimônia, agentes de segurança pública demonstraram o uso de equipamentos de incapacitação neuromuscular, conhecidos como tasers. Além da aplicação diferenciada da força, a norma estabelece critérios para o emprego de arma de fogo e de instrumentos de menor potencial ofensivo; o gerenciamento de crise; a busca pessoal e domiciliar; o uso de algemas; a lesão ou morte decorrente de ação policial, os mecanismos de controle e monitoramento; e as capacitações para os agentes.

NÚCLEO DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO – A portaria que estabelece a criação do Núcleo Estratégico de Combate ao Crime Organizado, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, define as suas funções e a sua organização. O objetivo principal é coordenar ações e desenvolver estratégias integradas entre os órgãos da pasta no combate ao crime organizado. Entre as responsabilidades do núcleo, destacam-se o mapeamento de grupos criminosos e suas atividades; a promoção da integração e da desburocratização dos processos para a apreensão de bens dessas organizações; e a análise de propostas para enfraquecê-las e descapitalizá-las. O grupo também será responsável por definir planos anuais para operações integradas e por alocar recursos para melhorar a eficácia dos órgãos de combate ao crime organizado.

ATUAÇÃO ÉTICA – As diretrizes gerais que definem regras claras sobre o uso da força visam garantir que a atuação dos profissionais de segurança pública esteja sempre em conformidade com a lei. Essas normas reforçam a importância de um planejamento prévio nas operações, com o objetivo de prevenir o uso excessivo da força. A proporcionalidade é outro aspecto descrito na norma para garantir que a força aplicada seja compatível com a ameaça apresentada. As unidades federativas que receberem recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública para investir em projetos relacionados ao uso da força deverão aderir às novas diretrizes.

AS REGRAS PUBLICADAS SÃO VOLTADAS À SEGUINTES TEMÁTICAS:

– Uso diferenciado da força: deverá ser sempre proporcional à ameaça enfrentada, com o objetivo de reduzir o risco de causar danos, ferimentos ou até mortes. Nesse sentido, os profissionais de segurança pública devem dar prioridade à comunicação e à negociação, além de aplicar técnicas que busquem evitar a escalada da violência.

– Emprego de arma de fogo: deve ser considerado apenas quando não houver alternativas para controlar a situação. A legislação proíbe o uso dessas armas contra pessoas desarmadas em fuga ou contra veículos que desrespeitem bloqueios, a não ser que houver risco imediato de morte ou lesão. O uso em aeronaves é permitido apenas para proteger tripulantes e civis.

Os profissionais habilitados devem seguir regulamentações rigorosas, que incluem capacitação constante, simulações de casos reais e avaliações psicológicas periódicas. Em ambientes prisionais, o uso de armas é restrito a situações de grave ameaça, e a renovação da habilitação deve ocorrer a cada dois anos, após aprovação em exames.

– Emprego de instrumentos de menor potencial ofensivo: deverá ser prioridade, sempre que possível, e, para garantir a eficácia e a segurança, será de uso restrito de profissionais devidamente habilitados. A capacitação dos agentes será anual e presencial. Cada profissional em serviço deverá contar com, no mínimo, um instrumento de debilitação e um de incapacitação, além de equipamentos de proteção individual, independentemente de portar ou não uma arma de fogo.

– Gerenciamento de crise: o planejamento estratégico das operações de segurança pública deve levar em conta cenários diversos, informações de inteligência e análises de risco para minimizar danos e evitar o uso inadequado da força. Os procedimentos precisam ser documentados, preferencialmente com câmeras corporais, conforme a Portaria MJSP nº 648/2024.

A supervisão contínua das operações é essencial, com ajustes táticos em tempo real, para garantir legalidade e eficácia. Além disso, os órgãos de segurança pública devem ter uma estrutura técnica dedicada ao gerenciamento de crises que dê prioridade a negociação e que avalie os riscos antes de adotar medidas que envolvam o uso da força.

– Busca pessoal e domiciliar: a pessoa submetida à busca deve ser informada de forma clara sobre as razões da ação e seus direitos, com o procedimento menos invasivo possível para minimizar constrangimentos. O uso da força, quando necessário, deve ser restrito e proporcional à resistência. É obrigatório registrar a identidade da pessoa e as razões da busca, preferencialmente com câmeras corporais. Em situações excepcionais, como em eventos ou controle de multidões, o registro individualizado pode ser dispensado, desde que justificado.

A busca domiciliar deve seguir critérios semelhantes, com consentimento voluntário do residente, quando não houver mandado judicial. Profissionais de segurança devem ser conscientizados sobre imparcialidade, legalidade e prevenção de abusos ou discriminação.

– Uso de algemas: deve ser restrito a situações específicas, como quando houver resistência à ordem legal, risco de fuga ou ameaça à integridade física. A medida deve ser justificada por escrito, por meio de registro ou relatório operacional. Os órgãos de segurança pública devem seguir os critérios estabelecidos, respeitando as particularidades de cada instituição, a segurança dos profissionais e os direitos fundamentais das pessoas abordadas.

– Lesão ou morte decorrente do uso da força: nessas situações, os profissionais de segurança pública devem agir para garantir a assistência médica aos feridos, preservar o local do incidente, solicitar a presença da polícia judiciária e de peritos criminais e comunicar o ocorrido aos familiares da vítima. Também é preciso elaborar um relatório detalhado e encaminhá-lo às corregedorias, ou aos órgãos equivalentes, para contribuir com a investigação. O Ministério Público deve ser imediatamente informado sobre qualquer morte ou lesão, e os órgãos de segurança pública manterão uma equipe técnica permanente dedicada ao estudo dessas ocorrências.

 Mecanismos de monitoramento: os órgãos de segurança pública devem manter corregedorias com autonomia para apurar a responsabilidade dos profissionais, por meio de processos administrativos disciplinares. Ocorrências que envolvem lesões ou mortes, ou o uso de armas de fogo e instrumentos de menor potencial ofensivo em ambientes prisionais, devem ser formalmente registradas e documentadas.

Também será obrigatório o registro de dados sobre profissionais mortos ou feridos, vítimas de atuação da segurança pública, denúncias recebidas, investigações e sanções. Essas informações devem ser mantidas em um sistema de registro nacional para, assim, garantir a transparência e a análise dos incidentes relacionados ao uso da força.

– Capacitações: os órgãos de segurança pública devem garantir recursos adequados para a capacitação dos profissionais e regulamentar a matriz curricular com disciplinas específicas sobre o uso da força e instrumentos de menor potencial ofensivo. Os programas devem ser atualizados regularmente, de acordo com as melhores práticas e novas tecnologias, e os cursos devem ser oferecidos periodicamente.

Também devem ser estabelecidos mecanismos para a participação dos profissionais na avaliação dos cursos e para a atualização pedagógica dos docentes. Além disso, as formações devem incluir carga horária mínima para habilitação e atualização no uso de armas de fogo e outros instrumentos.




ARTESP autoriza continuidade de transporte coletivo intermunicipal em Assis

 

 
São Paulo, 16 de janeiro de 2025 – Para garantir a continuidade de serviços essenciais de transporte coletivo intermunicipal, a ARTESP – Agência de Transporte do Estado de São Paulo publicou, no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (16), um Termo de Requisição referente a linhas suburbanas que sofreriam interrupções na região de Marília.

A decisão foi motivada pela desistência de operação por parte de empresas previamente responsáveis pelas linhas devido à inviabilidade econômico-financeira. Reconhecendo a importância do transporte coletivo como um serviço público essencial, a ARTESP agiu para evitar a descontinuidade do atendimento à população.

As seguintes linhas foram incluídas no Termo de Requisição são:

• Assis – Cruzália (Autos 9725/DER/1993);

• Assis – Cândido Mota (Autos 4760/DER/1963);

• Ourinhos – Ribeirão do Sul (Autos 7503/DER/1974);

• Ourinhos – Salto Grande (Autos 8531/DER/1978).

Operação emergencial

A permissionária Guerino Seiscento Transportes S.A. foi designada para assumir, em caráter emergencial e temporário, a operação dessas linhas a partir desta sexta-feira (17). O período inicial de operação emergencial é de 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 180 dias, conforme necessidade.

Devido à permissão, a empresa deve seguir as determinações do Decreto nº 29.913/1989 e apresentar um plano operacional detalhado sobre os serviços prestados no prazo de 15 dias após o início das operações. Esse plano será avaliado pela Agência, assegurando que as condições do transporte coletivo sejam atendidas adequadamente aos usuários.