POBREZA E INSENSIBILIDADE

Ninguém pode imaginar que nosso país descoberto com o nome de “Terra de Santa Cruz” quando as caravelas aportaram em Porto Seguro  os descobridores  tenham sido tão bem recebidos pelos nossos irmãos índios. Ali em Porto Seguro o primeiro ato dos navegantes foi a celebração de uma missa por Frei Henrique de Coimbra. No quadro de Pedro Américo se vê os índios curiosos assistindo a missa de cima de árvores. Lamentável que hoje indígenas remanescentes dos então “donos da terra” fossem tão mal atendidos nas porções de terras indígenas que lhes pertencem. Invasores e madeireiros estão invadindo suas terras e fazendo com que estes nossos irmãos sejam dizimados até mesmo em terras xavantes. Algumas tribos vivem em extrema miséria na expectativa de que a FUNAI órgão do governo expulse de lá os invasores.

            Com a pandemia a miséria alastra-se pelo país com firmas antigas fechando suas portas, aumentando o desemprego e a  pobreza nos grandes centros urbanos. Conheço moradores de rua que por volta de três horas da tarde estendem as mãos e confessam que até aquela hora  estão sem comer. E pior com lágrimas nos olhos.

            De outro lado, a mídia vem denunciando fatos  que representam verdadeiro atentado contra os pobres. Cada “pai da pátria” tem um carro com motorista particular para suas viagens com gasolina paga por nós. Pior ainda quando não são conduzidos para lugares distantes utilizando aviões da FAB. Além de seus polpudos salários ainda gozam de mordomias do tipo “auxílio moradia”, além do jocoso “auxílio paletó”.

            Felizmente conheço representantes do povo, eleitos pelo voto, que distribuem metade de seus salários para instituições de caridade. A pobreza está aumentando no país que passa por momentos difíceis com a insensibilidade da maioria dos “pais da pátria” com suas parentalhas em cargos públicos.

Alcindo Garcia é jornalista (e-mail:[email protected])