“Tem alguns idiotas que até hoje ficam em casa” – Pergunta-se: O povo almeja essa fala Presidente ???

Por Marcelo Válio

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Infelizmente, e de novo terei que me manifestar a respeito de ato impróprio da autoridade máxima de nosso Poder Executivo.
Nosso Presidente voltou a ofender, nesta segunda, dia 17/05/21, pessoas que optam e optaram em permanecer em casa para não se contaminarem com a COVID: “O agro realmente não parou. Tem uns idiotas aí, o ‘fique em casa’. Tem alguns idiotas que até hoje ficam em casa. Se o campo tivesse ficado em casa, esse cara tinha morrido de fome, esse idiota tinha morrido de fome. Daí, ficam reclamando de tudo”.
Compreendo que em muitas das vezes o Presidente da República quer os holofotes, mas novamente faz política contrária a ciência.
Um desrespeito e um desserviço à sociedade quando ignora e ofende a parte do povo que optou em ficar isolado em suas casas.
É lamentável a postura do Presidente democraticamente eleito como a “salvação” contra a corrupção.
Desde o início da crise sanitária, o Presidente é contrário às medidas restritivas e crítico aos governadores e prefeitos que adotaram estratégias do tipo.
Com essa nova declaração, a CPI se fortalece e aumenta o risco de consequências severas ao Chefe do Executivo Nacional.
Radicalizar o discurso só trará mais munição à CPI e aos inúmeros pedidos de impeachment, bem como nas possíveis investigações no Tribunal Penal Internacional de Haia com o objetivo de condenação do chefe da nação brasileira de cometer crime contra a Humanidade.
Outras denúncias também poderão ser alimentadas com o referido discurso junto a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
O que se espera de um chefe da nação eleito democraticamente pelo povo é representa-lo através atos respeitosos e sem caráter ofensivo.
O Presidente é o responsável por ações e decisões do cotidiano da política brasileira e de como gerir a administração federal, criar políticas públicas e programas governamentais, sugerir leis, dentre outras atividades.
Já como chefe de Estado, o presidente é o representante máximo do país perante o mundo.
Almeja-se que esse máximo representante pense e execute políticas públicas, escolha ministros, sugira, vete ou sancione projetos de lei aprovados pelo Legislativo adequadamente. Ou seja, almeja-se uma gestão responsável e moralmente adequada.
O Presidente da República também carrega uma grande relevância simbólica, e assim deve praticar atos equilibrados.
Ele é a representação de um projeto de país.
Sonhamos e alguns, ou melhor, a maioria do povo sonhou com um líder, representante, planejador, legislador e gestor respeitoso e guerreiro socialmente adequado, visando a defesa/tutela de sua sociedade.
Contudo a crença está se transformando, para alguns, em descrença ou arrependimento.
O que se almeja é tão simples para o povo e tão complexo para o Presidente, que a esperança hoje é não se infectar e morrer de COVID. 

O ato de se vacinar é individual e voluntário, contudo, quando estamos dentro de uma coletividade empresarial que visa o bem comum de seus empregados, possível certos regramentos, como por exemplo a exigência do empregador ao empregado de se vacinar contra a COVID.
Trata-se de exteriorização do Poder Diretivo do Empregador visando a tutela da vida e saúde de toda a coletividade empresarial.
Mas, a pergunta que se faz é: E se o empregado se recusar a se vacinar tendo a vacina a disposição?
Nesse caso, entendo que não é possível a punição máxima de dispensa por justa causa, pois sem tipificação e proporcionalidade.
Mas possível punição através de dispensa sem justa causa ou menos severas como advertência por escrito.
Entretanto, a melhor forma é o diálogo antes de qualquer punição, face as inúmeras informações desencontradas e desestimuladoras quanto a vacinação partindo até do governo Federal.

 

Marcelo Válio

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