TUDO PASSA, O AMOR NÃO!
Diocese de Assis
A consciência sobre a efemeridade das coisas e da própria vida permite que amadureçamos e descubramos o sentido definitivo de nossa existência nesta terra. Isso significa que precisamos reaprender a viver de modo harmônico no meio de alegrias e tristezas, vida e morte, perdas e ganhos, problemas e soluções, fartura e miséria.
Os Problemas passam. Nenhum problema é eterno e, por mais que um problema seja grande e assustador, não é capaz de nos vencer. Não existe problema sem solução. Seus dias são contados. Um problema só permanece quando nos acomodamos a ele. Os dias passam, os problemas vão e vêm. Se um problema toma conta de toda a nossa vida, que tempo teremos para enfrentar as outras coisas? A vida não é somente problemas!
As alegrias passam. A alegria é sempre bem-vinda. Quem tem alegria está a meio caminho da felicidade. “A alegria do coração é a saúde do homem… a alegria aumenta os seus dias” (Eclo 30,22). Mas, é preciso não se descuidar; não perder a medida e a sensatez na alegria, para não se tornar um “bobo alegre” ou um fanfarrão. As alegrias passam e, se com elas não procuramos construir a felicidade, o que adiantou cercar-se de festas, comida, bebida, riso, luxo, roupas…? Tudo não passou de coisa momentânea e vazia.
O dinheiro passa. Dinheiro é bom e necessário para manter as condições de vida digna: saúde, alimentação, moradia, educação, lazer… todo acumulo gera a vaidade que atrai o pecado: a ganância, a corrupção, a rivalidade, a violência, a morte… O dinheiro não é culpado dos desvios, mas, certamente, o provoca.
Com ou sem dinheiro passamos por dificuldades. Mas somos mais importantes do que o dinheiro que temos ou podemos ter. O dinheiro não é tudo na vida. Há quem tem muito dinheiro, mas, não tem paz, amor, amigos e felicidade. O dinheiro não compra anos de vida. O dinheiro passa. E quem o usa como único apoio, passa com ele. “Não confie em suas riquezas, nem diga: ‘elas resolvem tudo’. Não siga o seu instinto nem a sua força, para satisfazer os seus caprichos” (Eclo 5,1-2).
As derrotas passam. Todos nós queremos ganhar na vida. Ninguém admite a possibilidade de perder. O jogador sabe que precisa jogar para vencer; sabe, também, que nem toda partida tem vitória. E mesmo sabendo disso não suporta perder. Impomos sobre nós o dever de ganhar sempre. Isso não é justo! Onde ficam as limitações pessoais, as circunstâncias, as surpresas? E…? Toda derrota passa. Mas, quando não a admitimos, brigamos; viramos a mesa. E, para o derrotista, tudo é perda. Mas, não! Somos maiores do que as nossas perdas! Pode acreditar!
A morte passa. Diz o ditado que, “ninguém fica para semente”. De fato, nesta terra, a vida é passageira, têm os seus dias contados. Nós passamos! Mas, “o homem não conhece o dia da própria morte: ele é como os peixes, que são pegos na rede, ou como os pássaros que caem presos na armadilha. Da mesma forma é surpreendido pela desgraça que cai sobre ele de improviso” (Ecle 9,12). Não é justo esperar a morte como se fosse o fim de tudo. A morte não é o fim de tudo! A morte passa! Aliás, nós passamos pela morte para alcançar a vida plena e infindável; para alcançar a Deus que é eterno.
“O amor jamais passará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também desaparecerá. (…) Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor” (1Cor 13,8-13). Encontramos nisso a nossa iluminação: só Deus permanece! Deus é amor! O amor permanece! Logo, só no amor permaneceremos.
PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS