UM HISTÓRICO QUE EMOCIONA

Por Alcindo Garcia

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Adoro histórias e fui buscar nos textos da historiadora Walkiria Godoi a história dos bairros de São Paulo, onde ela cita a máquina de costura. Adorei porque minha saudosa mãe tinha uma máquina de costura de pedal da Singer. Sem nenhum intuito publicitário a história da instalação de uma empresa no Brasil emociona como conta a escritora porque nos leva aos tempos de criança quando nossas mães e avós costuravam numa máquina da SINGER. Consta o histórico que a primeira máquina da Singer seria a terceira no gênero inaugurada no século passado na rua do Ouvidor no Rio de Janeiro. No século passado a Princesa Izabel teria concedido autorização para a Singer funcionar no Brasil. E foi assim, que após esse decreto histórico foi aberta uma filial na cidade de São Paulo. A partir daí a história narra que foi introduzido no Brasil o sistema de vendas a crédito, com pagamentos semanais de hum mil réis, em 22 de agosto de 1905 e a Singer teria obtido o registro definitivo para operar no Brasil.

Tenho absoluta certeza, muitos de nós temos guardado em nossa memória incríveis histórias sobre como nossas mães, tias e avós conseguiam resolver problemas do vestuário e até financeiro de nossas famílias. Eu era criança e lembro-me que minha mãe tinha uma máquina de costura da Singer. Ela utilizou a vida todo esse talento e até bem criativo que lhe era bastante peculiar, vestindo a mim e muitos membros da família e de forma tão caprichada  roupinhas para a primeira comunhão, uniformes da escolinha rural, tudo na máquina Singer que ficava num canto da sala.

Uma tia tornou-se uma costureira profissional  porque no cantinho de sua casa lá estava a máquina de costura tocada  no pedal a produzir peças riquíssimas e até vestidos de casamentos. Ela o fazia para ajudar no orçamento da casa, pois embora não houvesse a inflação como a de hoje plantada por Bolsonaro a família era pobre.

Um dia destes vi pela internet uma foto de uma dessas máquinas de costura que me fez lembrar que tínhamos uma no cantinho da sala. Minha saudosa mãe  costurava só para a casa e dizia que não queria competir com amigas de maior sucesso profissional na arte de costurar.

Quem diria que a foto de uma simples máquina de costura levasse  este modesto escriba a buscar assunto como este que mexe com o coração da gente.

 

Alcindo Garcia é jornalista (e-mail: [email protected])

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