Zarattini questiona possíveis irregularidades em leilão da Sabesp
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) fez duras críticas à falta de transparência no processo de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pelo governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O parlamentar questionou possíveis irregularidades que envolvem a venda, feita a toque de caixa, da maior companhia de saneamento da América Latina.
A Equatorial Energia, única empresa a apresentar proposta em leilão de privatização da Sabesp, fez uma oferta de R$ 6,87 bilhões por uma fatia de 15% da Sabesp, valor que está 10,6% abaixo do preço atual das ações no mercado. Com essa participação, a empresa terá um papel ativo na gestão da companhia paulista porque indicará um terço do conselho de administração.
“Tarcísio não foi capaz nem de vender bem a Sabesp. O preço das ações está abaixo do valor de mercado e a única empresa que disputou não tem expertise no ramo. Um leilão sem concorrência, com preço abaixo do mercado e suspeitas de conflitos de interesses e expectativa de gestão com foco nos lucros dos acionistas enquanto o povo paga a fatura”, declarou o parlamentar.
Para o parlamentar, a Equatorial demonstra mais interesse em maximizar os lucros para os acionistas do que em garantir a qualidade dos serviços prestados. “A Equatorial ainda nem assumiu o comando da Sabesp e já apresentou aos investidores um plano estratégico que inclui corte no quadro de trabalhadores e distribuição maior aos acionistas, o que deixa claro que a empresa está preocupada só com lucro”, destacou o deputado.
Zarattini também criticou a falta de experiência da ganhadora do leilão. Com a atuação no setor de energia elétrica, a Equatorial entrou há dois anos no setor de saneamento com a privatização da companhia no Amapá em dezembro de 2021. “A Sabesp, uma empresa lucrativa, conseguiu atrair o interesse apenas de uma empresa sem experiência no ramo e que toca a prestação de serviço num estado que a população total corresponde a um bairro da zona leste de São Paulo”, questionou Zarattini.
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