Na Polônia, estudantes brasileiros conquistam medalha de prata na “Copa do Mundo da Física”

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Com importante representatividade no cenário das olimpíadas científicas, o Brasil é, mais uma vez, destaque no Torneio Internacional de Jovens Físicos (IYPT, na sigla em Inglês).

Compondo equipe com mais três estudantes, dois alunos da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Objetivo Integrado – Enzo Serrano Barbosa (17) e Luã de Souza Santos (17) – conquistaram medalha de prata para o Brasil.

Realizado em Varsóvia (Polônia), de 6 a 13 de julho, os brasileiros disputaram com 33 delegações de todos os continentes, alcançando a 6ª posição no ranking mundial, deixando para trás nada menos que competidores tradicionais  como os Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e a própria Polônia.

O IYPT tem um formato totalmente diferente de outras olimpíadas científicas:ele é baseado em discussões e resoluções de cinco de 17 problemas nos chamados Physics Fights,  isto é, debates que acontecem, exclusivamente em Inglês, em rodadas de 50 minutos.

Para se ter ideia do nível dos problemas apresentados, algumas das resoluções são divulgadas na forma de artigos em publicações científicas reconhecidas mundialmente como, por exemplo, no European Jornal of Physics.

A cada rodada há revezamento das equipes como relatoras (apresentam a solução de um problema), oponentes (criticam a relatora, apontando falhas e expondo aspectos positivos da apresentação) e avaliadoras (avaliam as atuações das duas equipes). Todas as equipes terminam um Physic Fight sendo uma vez relatora. Por fim, uma banca de jurados dá as notas.

Para Ronaldo Fogo, professor responsável pelas aulas especiais de Física do Objetivo, o torneio desenvolve múltiplas habilidades, como construção de protótipos, análise de dados experimentais, confecção de gráficos e tabelas explicativas, pesquisa em inglês, domínio de técnicas de laboratório, apresentação oral do trabalho e preparação para arguição dos jurados e debates, que implicam no amplo domínio da Física. “São muitas exigências. O IYPT é muito complexo e extremamente difícil. E ainda há de se considerar que os debates são inteiramente na língua inglesa. Nosso País tem se destacado ano a ano, as conquistas são fantásticas.”

Ao lado do professor Ronaldo Fogo, ex-alunos do Objetivo, hoje estudantes de renomadas universidades, também orientaram, como monitores, os estudantes Enzo e Luã para a IYPT. É o caso de Vítor Tamae, que atualmente estuda Ciência da Computação no IME-USP, e acompanhou os estudantes na Internacional. “Estamos vindo de uma sequência de bons resultados e podemos dizer que o Brasil está entre os melhores países do mundo na competição. É uma forma de mostrar a todos, tanto dentro quanto fora do País, que o Brasil tem muito potencial para a ciência”, comenta Tamae.

Igualmente pensa o coordenador da IYPT Brasil professor Márcio Martino. Para ele, com a conquista da quinta medalha de prata nas últimas sete edições, o Brasil se consolida como uma das principais potências do IYPT. “Externamente, o grande impacto é de centenas de participantes, entre alunos, professores e jurados de todo o mundo, que passam a ver o nosso País como um lugar com enorme potencial científico e tecnológico. Internamente, essas vitórias são fundamentais para estimular as nossas próximas gerações de jovens cientistas.”

IYPT Brasil

O time para a edição internacional da IYPT é formado por um integrante de cada um dos cinco times vencedores da edição nacional (IYPT Brasil), realizada em cada país classificado. São realizados cinco Physics Fights – classificatórios entre os países – finalizando com a disputa de um Physic Fight  com as três melhores anteriormente classificadas. No Brasil, a classificação para a edição internacional veio pela conquista também de medalhas de prata na IYPT Brasil, ocorrida na Universidade Paulista (UNIP), campus Cidade Universitária / Marginal Pinheiros, em março deste ano. Com a presença de 20 equipes classificadas, oriundas de vários estados brasileiros, ao final, pela regra, ganhadores de ouro e prata das cinco melhores equipes classificaram-se ao Torneio Internacional.

Os alunos do Colégio Objetivo Integrado prepararam-se para a disputa desde o início do ano letivo: primeiramente enviaram relatórios científicos, contendo a resolução de cinco de 17 problemas em Física. As soluções foram avaliadas por um júri, que levou em conta os conceitos físicos e as teorias utilizadas, a metodologia experimental e a análise dos resultados. Os melhores relatórios classificaram as 20 equipes que, na UNIP, resolveram e debateram alguns dos problemas nos Physics Fights (PFs).

 

 

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