A PADROEIRA 302 ANOS

Por Alcindo Garcia

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   Neste sábado o Brasil está comemorando 302 anos do encontro da imagem negra de Nossa Senhora Aparecida, nossa padroeira. No Brasil colônia os negros trazidos da África, eram escravizados pelos portugueses. É interessante constatar que a figura da Mãe de Jesus sempre aparece onde existem injustiças. No México numa época em que os colonizadores espanhóis escravizavam os índios, apareceu para o índio São Juan Diego como Nossa Senhora de Guadalupe. Em Portugal apareceu em Fátima pedindo a reza do terço para por fim à guerra e foi onde ocorreu o milagre do sol assistido por mais de 100 mil pessoas.

            No Brasil a imagem de Nossa Senhora da Conceição ficou conhecida como Nossa Senhora da Conceição Aparecida, por ter sido “aparecida” nas redes de três humildes pescadores. Até então não conseguiam achar peixes para uma importante figura do Império que estaria em Guaratinguetá. Após o encontro da imagem as canoas  ficaram repletas de peixes. Foi conduzida a sua primeira capelinha na casa de um dos pescadores e ali ocorreu o segundo milagre. Uma menina cega recuperou a visão. Mais tarde já em sua primeira igreja, o milagre com o escravo Zacarias. Ele era levado acorrentado e pediu aos guardas do império que o deixasse passar pela capela. Lá dentro ao contemplar a imagem as correntes de ferro se partiram de seus punhos assustando a guarda imperial. Antes da proclamação da Independência D. Pedro I esteve lá fazendo orações. Uma laje de pedra afixada na parede da basílica velha relata a visita.

            A princesa Isabel era estéril até que fez uma visita a basílica. Fez um voto e voltou para Petrópolis. Conseguiu a graça de ter seu primeiro filho e voltou a Aparecida levando de presente a Nossa Senhora Aparecida a coroa de ouro que ostenta a cabeça da imagem. Aproveitou-se da viagem do pai, o Imperador, ao Egito e assinou a “Lei Áurea” pondo fim a escravidão no Brasil Colônia.

            Um detalhe bem atual. Certa vez em pleno Carnaval a Rádio Bandeirantes transmitia junto com os festejos – o “Outro Lado do Carnaval”, cobrindo estradas, hospitais etc. Foi quando o Zé Paulo me mandou para Aparecida para cobrir também os “retiros espirituais”. Fiquei lá três dias enviando material para a Rádio. Não fiz proselitismo. Apenas entrevistava jovens que davam testemunho   de uma alegria imensa de estarem ali. Esta minha modesta crônica representa uma humilde homenagem a Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora Aparecida.

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(Alcindo Garcia é Jornalista) e-mail: [email protected]

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