Câncer de colo do útero: a ameaça silenciosa que pode ser evitada com Papanicolau e vacina

A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para combater a doença 

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O câncer de colo do útero é conhecido como uma das doenças mais silenciosas entre as mulheres. Em sua maioria, é causado pelo vírus do HPV (Papilomavírus humano), que invade as células do colo do útero e se espalha sem causar sintomas aparentes. Na fase inicial, a doença não gera sinais claros, tornando a detecção precoce essencial para salvar vidas. Quando os sintomas se manifestam, geralmente incluem dor no baixo ventre, sangramentos e desconforto durante a relação sexual, além de possíveis verrugas genitais, explica Paola Alexandra Reghine Giorjão de Godoy, ginecologista da Hapvida. Por isso, a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais.

Um dos principais aliados no combate ao câncer de colo do útero é o exame Papanicolau, também conhecido como colpocitologia oncótica. Esse exame consiste na coleta de células do colo do útero para verificar a presença de alterações celulares que podem indicar o desenvolvimento de câncer, conta Paola. “O Ministério da Saúde recomenda que mulheres com vida sexual ativa iniciem o exame aos 25 anos, com intervalo de três em três anos, desde que os dois primeiros exames consecutivos estejam dentro da normalidade”, afirma.

As mulheres sexualmente ativas devem manter a periodicidade do exame até os 64 anos, incluindo as em relacionamentos homoafetivos que utilizam objetos de penetração compartilhados, recomenda a médica. Isso porque o Papanicolau pode ser o exame que detecta precocemente a doença e possibilita o tratamento eficaz, tornando-se um instrumento vital de prevenção. O câncer de colo de útero é a quarta causa de mortes de mulheres por câncer no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

“Infelizmente, muitas mulheres ainda têm receios ou dúvidas sobre o exame ginecológico, o que pode levar ao adiamento de sua realização. Para desmistificar o Papanicolau, é essencial que as consultas ginecológicas esclareçam a importância do exame e seu papel no rastreamento de uma doença que, quando detectada precocemente, é altamente tratável”, frisa a ginecologista. A orientação sobre como o exame é realizado, sempre respeitando a anatomia feminina, pode ajudar a proporcionar mais segurança e conforto durante o procedimento.

Vacina contra o HPV

Outro fator fundamental na prevenção do câncer de colo do útero, de acordo com Paola, é a vacina contra o HPV. Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina é recomendada para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, sendo aplicada em dose única. A vacina também é indicada para pessoas imunodeprimidas, vítimas de abuso sexual e usuários de PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV), com esquemas vacinais específicos. A vacinação previne contra os tipos mais comuns do HPV, responsáveis por grande parte dos casos de câncer de colo do útero.

“A vacina quadrivalente oferecida pelo SUS abrange os quatro tipos mais frequentes de HPV, e a versão nonavalente, disponível na rede privada, amplia a proteção para outros tipos do vírus”, ressalta a ginecologista. Além do exame e da vacina, a adoção de hábitos de vida saudáveis também pode ajudar na prevenção do câncer de colo do útero. O uso de preservativos durante as relações sexuais é uma medida importante para evitar a infecção pelo HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

De acordo com a ginecologista, a prevenção deve ser prioridade, uma vez que o HPV é a principal porta de entrada para outras ISTs, e a infecção por determinados tipos do vírus pode aumentar o risco de desenvolvimento do câncer de colo do útero. “É importante destacar que o HPV é composto por diversos subtipos, e não todos estão relacionados ao câncer de colo do útero. No entanto, o vírus responsável pelas verrugas genitais e o que causa o câncer podem coexistir no organismo. O diagnóstico de HPV não impede a vacinação, e a mulher que já tomou um tipo de vacina pode se beneficiar de outras, caso tenha sido infectada por diferentes subtipos do vírus”, frisa.

Avanços no horizonte

O Ministério da Saúde, segundo Paola, também está estudando a possibilidade de substituir o exame Papanicolau por um teste de DNA do HPV, realizado a cada cinco anos, ampliando ainda mais o rastreamento e a prevenção. A implementação dessa nova estratégia, que está em fase de aprovação, pode representar um avanço significativo no combate ao câncer de colo do útero no Brasil.

Portanto, a prevenção do câncer de colo do útero envolve uma combinação de cuidados, como o exame Papanicolau regular, a vacinação contra o HPV e a adoção de hábitos saudáveis, como o uso de preservativos. A detecção precoce e a proteção contra o HPV são essenciais para salvar vidas e reduzir a incidência dessa doença silenciosa.

Sobre a Hapvida

Com cerca de 80 anos de experiência, a Hapvida é hoje a maior empresa de saúde integrada da América Latina. A companhia, que possui mais de 69 mil colaboradores, atende quase 16 milhões de beneficiários de saúde e odontologia espalhados pelas cinco regiões do Brasil. Todo o aparato foi construído a partir de uma visão voltada ao cuidado de ponta a ponta, a partir de 88 hospitais, 77 prontos atendimentos, 341 clínicas médicas e 291 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial, além de unidades especificamente voltadas ao cuidado preventivo e crônico. Dessa combinação de negócios, apoiada em qualidade médica e inovação, resulta uma empresa com os melhores recursos humanos e tecnológicos para os seus clientes.

 

 

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